A recente entrega antecipada da proposta de modelo de comercialização centralizada dos direitos audiovisuais à Autoridade da Concorrência pela Liga Portugal gerou uma onda de reações no mundo do futebol português. O presidente da Liga, Reinaldo Teixeira, destacou que esta ação representa um “marco relevante neste processo estratégico para o futuro do Futebol Profissional em Portugal”. Esta entrega foi apoiada por um consenso unânime entre os clubes presentes no Conselho de Administração, que inclui grandes nomes do futebol nacional.
No contexto do avanço desta proposta, Cristóvão Carvalho, candidato à presidência do Benfica, não hesitou em criticar a decisão do clube da Luz de se afastar da mesa de negociações. Carvalho argumentou que, ao fazer isso, “outros avançam sem escrutínio nem oposição”. Ele clama por uma reavaliação da posição do Benfica, considerando a centralização dos direitos audiovisuais um tema “estrutural para o futuro do futebol português”.
Críticas e Exigências de Cristóvão Carvalho
O candidato tem um conjunto de exigências que incluem a suspensão imediata da tramitação da proposta e a publicação integral dos critérios de distribuição que sustentam esta centralização. “Deve haver um debate sério entre todos os clubes, dentro do calendário previsto na lei”, defendeu Carvalho. Estas afirmações caem em um momento crítico, conforme se aproxima a data das eleições do Benfica.
O progresso em direção à centralização dos direitos televisivos não apenas reflete a busca por maximização de valor na indústria do futebol, mas também destaca a complexa dinâmica de poder entre os clubes. A LPFP garantiu que o trabalho foi feito de forma abrangente, envolvendo diversos stakeholders, incluindo agências internacionais e o governo, em um esforço para alinhar práticas com as melhores normas internacionais e a proteção do interesse coletivo no setor.
Ambições da Liga Portugal
“Com este trabalho, que fica agora em apreciação pela Autoridade da Concorrência, a Liga Portugal identificou os principais 'drivers' de valor de todos os intervenientes na cadeia de comercialização”, afirmou a Liga, salientando sua ambição de maximizar o valor económico dos ativos audiovisuais. Ao mesmo tempo, a situação cria um campo propenso para disputas internas.
Neste cenário, as críticas de Carvalho começam a ressoar entre os adeptos, especialmente em relação apesar da vitória da proposta pela Liga. Os adeptos do Benfica e outros clubes deverão acompanhar de perto como este processo evolui nas próximas semanas, especialmente com a entrada de novas candidaturas para a presidência do clube.
O Futuro do Futebol Português
A luta por um controle maior na distribuição de direitos audiovisuais talvez seja a chave para a realização de um futuro mais sustentável e rotativo no futebol português. A centralização dos direitos audiovisuais tem o potencial de modificar a paisagem do desporto, mas também exige um diálogo aberto e honesto entre os clubes para garantir que todos os interesses sejam devidamente representados.
Com as eleições à porta e a pressão a aumentar, será fundamental para o Benfica e outros clubes manterem-se informados e envolvidos neste processo, garantindo que as suas vozes sejam ouvidas no debate sobre o futuro do futebol em Portugal.