O FC Porto enviou uma missiva contundente à Liga Portugal, desferindo críticas severas ao Benfica em relação a uma variedade de questões sensíveis. As acusações variam desde alegações de corrupção no futebol português até à prática controversa de contratar antigos árbitros para posições dentro do clube.
Esta tomada de posição surge num momento crucial da temporada, elevando a tensão entre os dois históricos rivais e prometendo acender o debate sobre a integridade e a transparência no desporto rei em Portugal.
Corrupção no Futebol: Apelos Ignorados?
No cerne das alegações de corrupção, o FC Porto reitera que tem sido “uma das poucas entidades a dirigir, de forma formal, apelos à Liga Portugal, à FPF e à Procuradoria-Geral da República para a adoção de medidas mais eficazes e consequentes no combate a este flagelo”.
Os dragões relembram o polémico “caso dos emails”, onde, segundo o FC Porto, o próprio Presidente do Sport Lisboa e Benfica classificou práticas como “influências diretas ou indiretas na arbitragem”.
Sanções Brandas e a Impunidade Percebida
O clube portista expressa ainda o seu descontentamento face à alegada aplicação de penas brandas, argumentando que “a aplicação recorrente de sanções de reduzida gravidade, que não refletem a extensão ou gravidade dos comportamentos, transmite a ideia de permissividade institucional e afeta a imagem global da competição”.
Para o FC Porto, “situações como quebras de segurança nos estádios, ou agressões iminentes à integridade física de árbitros, treinadores e jogadores, não podem continuar a ser penalizadas com meras multas”. O clube vai mais longe, recordando “os acontecimentos verificados no Estádio da Luz, aquando do jogo entre o Sport Lisboa e Benfica e o Sporting Clube de Portugal, que evidenciam de forma gritante essa incongruência”.
Contratação de Ex-Árbitros: Ética em Questão
A contratação de ex-árbitros para as estruturas dos clubes também não escapa às críticas do FC Porto. A sociedade liderada por André Villas-Boas considera tal prática “uma falta de respeito para com diversos profissionais da indústria do futebol, bem como alguma omissão seletiva de factos que envolvem direta ou indiretamente” os encarnados.
O FC Porto considera “profundamente desproporcionada” a proposta de solicitar à FPF, à Liga e à Procuradoria-Geral da República a abertura de uma investigação sobre o exercício destas funções, defendendo que “tal sugestão levanta, de forma infundada, um manto de suspeição sobre figuras nacionais e internacionais que, de forma séria e competente, exercem ou exerceram funções relevantes em órgãos federativos, associativos, representações de classe ou até em clubes, onde colocam ao serviço da indústria o seu conhecimento técnico especializado”. O clube recorda que existem muitos ex-árbitros a liderar associações, como Pedro Proença, presidente da PFF.
O FC Porto acusa ainda “certos clubes que, de forma reiterada, recorrem a ‘especialistas em arbitragem’ em painéis televisivos e meios de comunicação social, com o objetivo claro de gerar opinião favorável ou desfavorável, condicionando, por essa via, o julgamento do trabalho dos árbitros e afetando a sua dignidade profissional”.