Mostovoi recorda goleada histórica ao Benfica

  1. Goleada histórica de 7-0
  2. Data: Não especificada
  3. Assisti a 16 jogos
  4. Melhor jovem da União Soviética

Mostovoi, uma figura desconcertante fora do campo e um génio indomável nas quatro linhas, fez recordar a histórica goleada ao Benfica, onde marcou um golo e fez três ou quatro assistências no impressionante 7-0 no Estádio de Balaídos. Ele descreve esse dia perfeito de forma clara: ““Foi especial, foi nos Balaídos, mas também foi muito fácil. Acho que foi a maior goleada sofrida pelo Benfica na sua história.””

O antigo jogador do Celta de Vigo fala sobre o que sentiu durante aquele jogo. ““Para o Celta foi um dia de festa. Gostei de ganhar ao Benfica, mas não teve esse sabor que se julga, porque eu já sabia que íamos ganhar, que éramos melhores. Não contava era com o 7-0. Já nem fui a Lisboa, ia para quê!”” A confiança da equipa era palpável, e Mostovoi admite que eles estavam habituados a vitórias, tendo vencido equipas como o Real Madrid ou a Juventus.

Reflexão sobre o Jogo

Contudo, ele também reflete sobre a equipe do Celta e o desempenho que tiveram. ““Não sei o que se passou com o Benfica, não me recordo bem. Levaram logo quatro na primeira parte. A certa altura pediam para não marcarmos mais. Saiu tudo bem e foi sem parar. Fomos fortes mas, naquele tempo, estávamos habituados, vencíamos o Real, a Juventus. Mas também nos sentimos mal porque não vieram títulos. Pela equipa que tínhamos e jogávamos merecíamos conquistar algo.””

Experiência no Benfica

Mostovoi teve uma passagem complicada pelo Benfica, que o viu sair mais cedo do que esperava. ““Não foi fácil para mim, era a primeira equipa fora da Rússia, uma diferente cidade, tudo novo. Chegou e não joguei vários meses por falta de documentos. Depois as coisas não foram como queria. Eriksson escolhe, mas quem começa a época é Ivic. Ele não me deixava jogar, tinha histórias estranhas. Menos mal que o despediram. E, finalmente, entra o Toni. As coisas melhoraram e eu entro e marco um golo decisivo contra o FC Porto na Taça, que empata o jogo nas Antas. E seguimos em frente, vencendo na Luz. Era complicado, as vagas eram poucas, o Benfica tinha três russos, três suecos.””

Relações entre Jogadores

A relação entre os jogadores russos foi forte durante o tempo em que estiveram no clube. ““Estávamos sempre juntos, porque não falávamos bem português. Yuran começou logo a jogar, era um tanque, intenso e muito agressivo. Kulkov ia aparecendo, eu quase nada, faço 16 jogos. Tive que procurar outras equipas, porque o Benfica tinha jogadores fantásticos, mas eu sabia que não tinha espaço para jogar muito ali.””

Jogadores Incríveis

Ele recorda os jogadores incríveis que encontrou no Benfica, afirmando: ““Estava rodeado de jogadores fantásticos, Rui Costa, Paulo Sousa, João Pinto, ainda o Isaías, os suecos. Eram impressionantes. Eu era jovem e pagava a fatura do limite de estrangeiros. O Rui Costa, mais tarde, era dos jogadores que mais me encantava, adorava a sua parelha com o Batistuta na Fiorentina. Sei que é presidente do Benfica, que me convide para voltar a Lisboa ver um jogo e ter um bom jantar em Lisboa ou Cascais. Para tomarmos um bom vinho. Nunca mais voltei!””

Ligações a Lisboa

Essa ligação à cidade e aos seus jogadores continua viva em Mostovoi, que recorda os dias de sol e praia. ““Gostava imenso do tempo, do sol, da praia, tudo somado. Cheguei em 1991, a União Soviética era muito diferente, estava num mundo distinto e como jogava pouco podia fazer o que quisesse. Estava todos os dias na praia a banhar-me. E posso ter aparecido cansado algumas vezes...””

Amizades no Futebol

As interações e amizades construídas entre Mostovoi e outros jogadores como Alenichev também foram marcantes: ““Trocávamos visitas, ele ia a Vigo, eu ao Porto. Eu era melhor, ele mais pequenino e marcava menos golos. Mas recordo-me de ter marcado na final da Champions. O curioso é que, na véspera dele viajar para a Alemanha, estivemos em Vigo a tomar um vinho verde.””

Reflexões sobre a Infância

Por fim, ele reflete sobre a sua infância e as razões que o levaram a abandonar a Rússia: ““Na Rússia, na época, não havia nada, fomos buscar a vida. Com 18 anos fui o melhor jovem do União Soviética, ganhei duas Ligas pelo Spartak e fui campeão da Europa sub-21 contra a grande Jugoslávia. Estava eu, Shalimov, Kanchelskis ou Kolyvanov. Fomos todos para a Europa, era tudo fácil, não pensávamos na política e tensões, só queríamos jogar futebol e ganhar dinheiro. Na Rússia não havia nada, fomos buscar a nossa vida. Hoje é o contrário, há muita ‘pasta’ e ninguém quer sair. Os jogadores também são mais vulgares.””

João Neves, o 'Gavi' do Paris Saint-Germain

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