Estabilidade financeira e desenvolvimento das seleções, mas problemas estruturais por resolver

Após uma década à frente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes deixa um legado controverso. Se por um lado conseguiu estabilizar financeiramente a instituição e apostar no desenvolvimento das seleções nacionais, por outro, não conseguiu resolver alguns dos principais problemas do futebol português.

Gomes priorizou os assuntos internos da FPF, evitando envolver-se em discussões e conflitos externos. Isso resultou numa postura pouco conciliadora, quando o futebol português precisava de uma figura capaz de unir os diferentes agentes do setor. Segundo o antigo presidente da Liga Portugal, Pedro Proença, «Fernando Gomes não conseguiu ser uma figura de união no futebol português».

Investimentos na Cidade do Futebol e Seleção Nacional, mas competitividade do campeonato diminui

Durante a sua gestão, foram inauguradas as novas instalações da Cidade do Futebol e criadas as equipas B e a Liga Revelação, apostas no desenvolvimento de jovens talentos. Também foi implementado um canal de televisão da FPF, com o objetivo de levar mais conteúdo do futebol nacional aos adeptos. No entanto, a competitividade do campeonato português continua a diminuir, com os três grandes clubes a distanciarem-se cada vez mais dos restantes.

Apesar dos investimentos na Seleção Nacional, que incluíram a contratação de Cristiano Ronaldo, a implementação do VAR não trouxe os benefícios esperados, mantendo-se a contestação arbitral. Além disso, a centralização dos direitos televisivos, uma das principais bandeiras de Gomes, ainda não foi concretizada, com o Benfica a manter a transmissão de metade dos seus jogos. «A centralização dos direitos televisivos não foi feita, o que enfraquece a Liga Bwin», afirma Proença.