Akturkoglu, a frincha florida que resolveu o Benfica

  1. Akturkoglu chegou e rápido se adaptou ao novo ambiente
  2. Bruno Lage começou do zero a construir o novo Benfica
  3. Akturkoglu é mais que um simples extremo, tem grande capacidade de desequilíbrio
  4. Otamendi carrega o esforço, mas tem lacunas na sua posição

A contratação acertada


No meio do frenesim em que alguns jogadores são vendidos (Schmidt) e outros chegam (Lage), há sempre espaço para aquela contratação que traz todos os aromas do mundo. Em tempos de mudança, há sempre alguém que se destaca. Não se sabe bem o porquê, mas o certo é que a chegada de Kerem Akturkoglu foi um «bingo» para o Benfica.

A adaptação rápida


Não é qualquer jogador que chega a um ambiente completamente novo e, num ápice, começa a render de imediato. Porque o futebol não se limita ao que acontece dentro das quatro linhas: há os novos restaurantes, o supermercado diferente e mesmo os horários que têm de ser reajustados. Quem tudo ultrapassa em meia dúzia de dias é, na realidade, um craque puro. Como aconteceu com Akturkoglu.

A vitória convincente


Diante do Rio Ave, era importante vencer e convencer. A derrota frente ao Feyenoord não marcou o início de um processo traumático. A verdade é que o percurso tático do novo Benfica começou com Bruno Lage e, na realidade, não é possível comparar-se o atual estado de maturação dos encarnados com o que acontece no reino dos dragões ou dos leões, que estão bem mais à frente.

As características de Akturkoglu


A chegada de Akturkoglu veio colmatar a principal lacuna de então: a ausência de extremos que tivessem a capacidade de exponenciar o jogo pelos corredores. O turco, de nome quase impronunciável mas com aquela reguila habilidade de mudar o rumo das coisas a cada intervenção, revelou-se muito mais que um simples extremo: notável capacidade de partir da faixa, de imprimir velocidade, disciplina na reação à perda e no momento da decisão.

A alternância e a versatilidade


Se a linha de três defesas faz sentido, fica o espaço livre para o corredor ser explorado por um ala – Jan-Niklas Beste – que tem tudo para ser um elemento determinante. Muito rápido e, sobretudo, muito vertical, as suas características acabam por ser decisivas perante adversários edificados em blocos muito baixos e que, naturalmente, necessitam de uma alternância permanente entre jogo interior e exterior.

Os problemas da equipa


Não deixa de ser um positivo problema – a eventual troca do bom pelo potencial muito bom. Cá atrás o Rio Ave não permitiu que se visse mais. Seja como for, os erros de Nicolás Otamendi não apareceram única e exclusivamente no jogo do Feyenoord. O central argentino carrega esforço e litradas de suor que vão disfarçando lacunas no posicionamento e preenchimento do espaço.

O futuro do Benfica


A resposta também é válida: ainda é muito cedo para se ponderar uma defesa tão jovem – António Silva, Tomás Araújo e Carreras – até porque Otamendi não deixa de ser um jogador válido e experiente. Agora, que se caminha para lá, disso poucas dúvidas há. E o Benfica, que vai perder alguns pontos, tem nos próximos tempos o aliciante desafio da consolidação. Reconsolidação.

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