Há exatamente nove anos, a 30 de outubro de 2015, Renato Sanches fazia a estreia com a camisola oficial do Benfica. Eram apenas 15 minutos em campo, mas era o primeiro quarto de hora de uma carreira importante e brilhante, mas marcada pela dor.
Poucos, entre aqueles 10 mil espectadores que foram a Aveiro assistir ao encontro da 9.ª jornada da Liga, acreditariam que aquele miúdo da equipa B acabaria por sair no final da temporada para o poderoso Bayern, por 35 milhões de euros. O Benfica chegava ao título nacional e o valor das suas unidades disparava.
Uma estreia em Aveiro
No dia 30 de outubro de 2015, em Aveiro, casa emprestada do Tondela, o Benfica vencia por 3-0 (golos de Jonas, Berger p.b. e Gonçalo Guedes) ao minuto 75 quando Rui Vitória fez a troca: sai Jonas, ponta de lança consagrado, entra Renato Sanches, apenas mais um miúdo da formação à procura de um lugar ao sol na equipa encarnada. Tinha apenas 18 anos. Não faria golos nem assistências, mas ainda iria contribuir com a sua energia para o quarto golo dos encarnados, da autoria de Carcela.
«Renato Sanches jogaria, como referido, um quarto de hora contra o Tondela e faria depois a estreia. Seria o primeiro de 35 jogos antes de deixar os encarnados», escreveu o autor do texto.
Carreira plena de glória e dor
Entre o Renato Sanches que há 9 anos se estreava pelo Benfica aos 18 anos e Renato Sanches que aos 27 anos é provável titular no Benfica-Santa Clara, da Taça da Liga, muita coisa aconteceu. Uma carreira plena de glória ao serviço de grandes clubes — Bayern, depois emprestado ao Swansea, quando os galeses estavam da Premier League, Lille, PSG e Roma, também por empréstimo —, que rendeu, por exemplo, títulos de campeão na Alemanha e em França, mas também muita dor.
«Renato parou muitas vezes e por muito tempo por causa de lesões, quase sempre de natureza muscular. Foi por causa das lesões que perdeu espaço no PSG e voltou à Luz por empréstimo e também na Luz não tem sido poupado», refere o texto.
Estreia na Luz
A estreia na Luz também não demoraria: a 8 de novembro, em casa, na ronda seguinte da Liga, um minuto em campo, trocando mesmo antes do apito com Nico Gaitán, quando os encarnados venciam o Boavista, por 2-0. Entre os dois jogos da Liga, uma passagem pelo banco dos suplentes, de onde não saiu no jogo da Liga dos Campeões na Luz com o Galatasaray (2-1), e 82 minutos pela equipa B frente ao Portimonense (3-2).
Renato Sanches foi garantido incrivelmente pelo Bayern em maio, antes, portanto, da realização do Campeonato da Europa de 2016, que Portugal conquistaria e no qual o médio português foi uma das atrações da Seleção Nacional, titular inclusivamente na final: haveria de dar o lugar a Éder, momento de grande inspiração para o ponta de lança e para o selecionador, Fernando Santos.