O antigo dirigente do Sporting, Carlos Barbosa da Cruz, analisou o novo processo judicial que envolve o ex-presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, acusado pelo Ministério Público de ter montado um alegado esquema com o Vitória de Setúbal para retirar proveitos desportivos.
Barbosa da Cruz considera que «Vieira julgou-se o dono deste futebol, pelo menos a sul do Mondego, que nenhuma lei conseguia parar». O atual presidente do Grupo Stromp entende que é tempo de a Justiça fazer o seu caminho e esclarecer os factos.
Tentativa de "satelitizar" clubes
O antigo dirigente do Sporting fez notar que Luís Filipe Vieira tentou «satelitizar» clubes como o Belenenses, o Aves e o Vitória de Setúbal, «de forma dissimulada, com claros intuitos extradesportivos». Barbosa da Cruz espera que a Justiça perceba o que aconteceu neste Caso dos Emails.
Relativamente aos jogos entre o Benfica e o Vitória de Setúbal entre 2016 e 2019, sobre os quais o Ministério Público tem suspeitas, Barbosa da Cruz afirmou que «à Justiça competirá averiguar e provar, com as necessárias garantias de defesa, se o dinheiro que o Benfica dava ao Vitória de Setúbal servia para mais alguma coisa do que 'desenrascar o aperto' financeiro».
Diferenças para o caso alemão
O antigo dirigente do Sporting também comentou as alusões feitas neste caso à ajuda que, em tempos, o Bayern deu ao Dortmund, na Bundesliga. Barbosa da Cruz nota diferenças, afirmando que «Bayern e Borussia Dortmund fizeram às claras e não à socapa», ao contrário do que terá acontecido no caso português.
Enquanto não existir uma decisão no âmbito do processo dos Emails, o advogado de Vieira, que é um assumido adepto do FC Porto, prevê que o Benfica irá continuar a «amassar o FC Porto».