Um livro de memórias póstumas sobre Sven-Goran Eriksson, da autoria de Bengt Berg, será publicado no próximo mês de outubro e revelará detalhes bombásticos sobre a vida do falecido treinador, vítima de cancro a 26 de agosto passado.
O livro intitulado 'A Wonderful Journey' abordará um dos períodos mais conturbados da carreira de Eriksson, nomeadamente o caos financeiro em que se viu envolvido no final da primeira década deste século, depois de ter sido burlado por um empresário, de seu nome Samir Khan.
Traição de um gestor de confiança
Tudo começou em 2007, altura em que Eriksson era o treinador do Manchester City e contratou Khan para tratar das suas finanças e investimentos. Apesar de ter sido avisado por várias pessoas do meio de que Samir Khan não era de máxima confiança, Eriksson não quis ouvir e acabou por perder 10 milhões de euros.
Se tivesse ouvido essas pessoas, podia ter poupado muito dinheiro. Passei por vários problemas na minha vida e o Samir foi o pior. Ele tinha a responsabilidade de gerir o meu dinheiro e, em vez disso, fez-me perder 10 milhões de euros. Processei-o, ganhei em julgamento no tribunal mas nunca tive o meu dinheiro de volta. É verdade que ganhei muito dinheiro na minha carreira, mas, nessa altura, estive perto da bancarrota, passei por alguns problemas, revelou Eriksson no livro.
À beira da falência
Segundo o que é descrito, Khan terá contraído empréstimos para comprar uma casa nos Barbados e fazer outros investimentos na Suécia. Foi quando se preparava para fazer um novo empréstimo em nome do treinador, então para comprar uma casa em Portugal, que Eriksson colocou um travão.
A culpa foi minha. Eu era muito ingénuo. Tive azar, mas fui um idiota que deixei o Samir fazer exatamente o que queria. Quando me apercebi de tudo nem conseguia acreditar que se tratava de tanto dinheiro que tinha perdido. Senti-me um estúpido por tudo o que aconteceu. O meu interesse por dinheiro era zero, mas foi longe demais, até tive de colocar a minha casa na Suécia à venda, lamentou o treinador.
Recuperação financeira forçada
Por estar à beira da bancarrota, Eriksson foi forçado a pedir dinheiro emprestado e, entre 2012 e 2017, aceitou vários trabalhos em destinos 'exóticos' - Tailândia, Arábia Saudita e China - de forma a recuperar financeiramente e saldar as dívidas que tinha.
O livro 'A Wonderful Journey' promete revelar ainda mais detalhes sobre este período turbulento da vida de Sven-Goran Eriksson, que acabou por marcar profundamente a sua carreira.
