O Benfica empatou 2-2 com o Celta de Vigo num jogo de preparação disputado no sábado, após ter vencido o Farense por goleada no encontro anterior. A diferença entre estes dois desempenhos revelou uma equipa ainda em construção, com os suplentes a não conseguirem manter o nível da primeira parte.
«Segundo jogo em dois dias consecutivos, excelente primeira parte e segundo tempo mediano com muitos erros típicos de pré-época. A diferença entre a goleada de véspera ao Farense e o empate a duas bolas frente ao Celta, neste sábado, foi a resposta menos conseguida das segundas linhas.», explicou o comentador.
Ideia de jogo precisa de bons intérpretes
O adversário também é diferente, mas os 90 minutos no Municipal de Águeda que encheu para receber a águia mostraram como uma ideia precisa sempre de bons intérpretes: «uma coisa é ter criativos de alta rotação, outra coisa é querer jogar um futebol asfixiante e feito de apoios na fase de construção com futebolistas mais posicionais e sem as mesmas armas na saída de bola quando estão sujeitos a maior pressão do adversário.»
As pré-épocas servem mesmo para isto: «para filtrar e dar início, logo nas primeiras partidas, ao processo de seleção.» E o que se pode dizer do segundo encontro da pré-temporada são os sinais muito positivos dados por Pavlidis, David Neres e Rollheiser.
Primeira parte muito boa
Os primeiros 45 minutos foram de um nível muito bom, «a fazer lembrar a primeira pré-temporada de Roger Schmidt: jogadores muito próximos, criando triangulações em quase todo o lado do campo, trocando a bola a um/dois toques com elevada dinâmica e sempre com a baliza contrária em mente.» E nos momentos de perda, a reação foi sempre de uma alta agressividade.
«Para isso muito contribui a disponibilidade física de Rollheiser na zona central. Se o bom toque de bola e visão de jogo são características que já lhe eram reconhecidas na Argentina, a novidade reside na facilidade como desempenha a nova função, destruindo e construindo a partir de trás, queimando linhas com o bom trato à bola e ótimo entendimento com João Mário (duas mentes que pensam igual).»
Segundo tempo menos convincente
Tal como na véspera, Roger Schmidt pôs outro onze na segunda parte e viu-se um Benfica menos autoritário. Leandro Barreiro foi a exceção numa equipa que se partiu como não se vira no primeiro tempo. Arthur Cabral e Marcos Leonardo ligaram pouco, os laterais da equipa B ainda não têm estofo para estas andanças, Schjelderup não teve os apoios para desequilibrar no flanco esquerdo e Florentino deu início a uma série de erros defensivos coletivos que redundaram em dois golos do Celta apontados em quatro minutos.
«Diz-se que na pré-temporada pouco importa o resultado, antes o processo. Fosse pelo score, o onze da primeira parte jogaria os 90' e poderia criar nova goleada. Esta é a boa notícia para o universo benfiquista: há qualquer coisa de novo a nascer numa equipa que ainda lambe as feridas produzidas por equívocos produzidos no último verão.»