A atmosfera no Estádio Municipal de Braga parecia favorável ao SC Braga, mesmo que a equipa enfrentasse alguma pressão após uma série de resultados pouco animadores. O treinador Carlos Carvalhal decidiu mexer no onze inicial, realizando seis alterações em relação ao último jogo, onde saíram derrotados (1-2) pelo Bodo/Glimt, na Liga Europa. Já o Farense vinha de duas vitórias consecutivas, mas longe de Faro, a equipa de Tozé Marreco ainda não tinha conseguido conquistar pontos. Frente a um SC Braga ávido por recuperação, os algarvios tinham o desafio de segurar o ímpeto bracarense.

Desde o início, ficou claro quem dominaria a partida. O SC Braga assumiu o jogo desde os primeiros minutos, e Bruma, sempre ágil e desequilibrador, aproveitava as costas da defensiva algarvia. No entanto, apesar do domínio evidente, o golo tardava em chegar. Bruma e Ricardo Horta tentavam insistentemente criar oportunidades, mas a falta de eficácia e alguma precipitação no último passe deixavam o marcador em branco.

Bruma desbloqueia o resultado

Quando já se sentia alguma ansiedade nas bancadas, eis que o talento individual de Bruma entrou em cena para desbloquear o resultado. Numa arrancada pela esquerda, o extremo ultrapassou Raul Silva e cruzou com precisão para Gharbi, que, com um remate certeiro, abriu o marcador aos 41 minutos. Era o segundo golo do médio na Liga e um suspiro de alívio para os adeptos bracarenses, que viam finalmente o domínio traduzido em vantagem no marcador.

Entrada de El Ouazzani

O intervalo trouxe mudanças no SC Braga. Carvalhal lançou El Ouazzani e Gabri Martínez para refrescar o ataque, e foi o avançado marroquino quem deu mais profundidade ao setor ofensivo, criando desequilíbrios na defesa algarvia. Aos 51 minutos, teve uma excelente oportunidade para marcar, mas a finalização não saiu como pretendido.

Golo de El Ouazzani

Aos 71 minutos, numa jogada de bola parada, Rodrigo Zalazar fez a assistência que resultou no golo de El Ouazzani, que cabeceou de forma certeira ao primeiro poste, ampliando a vantagem para os arsenalistas. Este golo trouxe uma sensação de alívio ao técnico e aos adeptos, que já se sentiam mais confiantes na vitória.

Defesa sólida do Braga

O Farense ainda tentou reagir com algumas mexidas, mas a consistência defensiva dos minhotos, liderada por Sikou Niakaté e Paulo Oliveira, impediu qualquer surpresa. Com o SC Braga a controlar o jogo e Vítor Carvalho a testar a barra já nos instantes finais, o resultado estava praticamente selado.

Declarações de Carlos Carvalhal

Uma vitória inteiramente justa, uma exibição segura frente a um adversário organizado defensivamente. Agradeço a tranquilidade que a massa associativa deu à equipa, frente a um adversário com muita gente na área, por vezes com uma linha de seis. A nossa ação passou muito por jogar no pé e fazer desmarcações de rutura na última linha. Não é fácil criar oportunidades frente a uma equipa que joga assim, mas ao intervalo estávamos a ganhar de uma forma justa, declarou Carlos Carvalhal, treinador do SC Braga, na sala de imprensa.

Análise de Tozé Marreco

O momento do jogo foi o golo sofrido aos 40 minutos da forma que foi. O jogo estava com ascendente e domínio consentido da nossa parte, para o SC Braga. Trabalhamos isso e saímos uma ou duas vezes com muito perigo. Era mesmo isso que pretendíamos. Conseguimos controlar o SC Braga que é uma das equipas mais fortes do campeonato, com excelentes individualidades. No golo abordamos mal o lance em duas ocasiões e sofremos., lamentou Tozé Marreco, treinador do Farense.

Destaque individual: Bruma

A figura da partida foi, sem dúvida, Bruma. O avançado português jogou mais pelo centro do terreno e criou logo a primeira oportunidade de perigo, com um bom trabalho dentro da área, rematando para defesa de Ricardo Velho. No primeiro golo dos guerreiros, a jogada é toda dele, demonstrando ser um jogador de elevada qualidade e com uma mudança de velocidade estonteante. Muito influente no ataque bracarense, Bruma mereceu a nota 7.

Uma vitória justa

No final, uma vitória justa para o SC Braga, que reencontrou o caminho do triunfo e recuperou a confiança, após uma série de resultados menos positivos. Já o Farense, apesar de uma exibição organizada, não conseguiu contrariar o domínio dos minhotos e regressou a Faro sem pontos.