Rivalidade Benfica-Sporting
A médio alemã Anna Gasper, já na sua segunda temporada no Benfica, conhece bem a realidade do futebol português e não passa ao lado da rivalidade das águias com o Sporting. «Notamos essa rivalidade quando as defrontamos. Quando recentemente sofremos uma derrota com o Sporting [n.d.r.: 1-3 a 13 de abril, para a Liga BPI] o mundo das nossas jogadoras que são do Benfica desde pequenas desabou», disse a germânica de 27 anos, satisfeita por ter escolhido rumar à Luz.
Gasper, que esta época tem 44 jogos pelo Benfica em todas as provas e foi titular na conquista da Taça da Liga contra o Sporting, revelou que chegou a colocar o futebol em segundo plano, chegando a trabalhar a tempo integral e treinar à noite. «Mas percebi que sentia falta disto e disse aos meus representantes que queria voltar a jogar no estrangeiro. Os primeiros 6 meses de 2023 foram muito stressantes porque não estava nas melhores condições físicas, mas hoje posso dizer que foi a melhor coisa que poderia ter-me acontecido», conta.
Adaptação a Portugal
A vida no nosso país e a hospitalidade lusa também agradam à médio alemã. «Pelo que já vi e ouvi de outros lugares, Portugal é um país lindo. A mentalidade é completamente diferente, as pessoas são mais abertas do que na Alemanha e na Áustria. Queria ter uma verdadeira experiência no exterior e conhecer uma nova cultura», concluiu.
Diferenças no campeonato
Já a guarda-redes alemã Lena Pauels, que veio para o Benfica depois de 7 épocas no Werder Bremen, destaca o jogo em Frankfurt como o mais marcante da temporada. «Não necessariamente pelo penálti defendido, mas também porque toda a família e amigos puderam assistir e isso significou muito para mim naquele momento. São pessoas que me apoiaram numa fase difícil e poder compartilhar estes momentos e o resultado [n.d.r.: 1-1] com eles foi o melhor momento de toda a temporada para mim», disse.
Pauels vê uma «grande diferença» do campeonato português para o alemão. «Não será surpresa eu dizê-lo. Os jogos com o Sporting são muito intensos, mas a distância para os adversários mais fracos já é perceptível. Embora existam poucas equipas profissionais, ainda há muito talento. Desde que o Benfica se envolveu, o desenvolvimento e o interesse aumentaram significativamente. Para nós, porém, foi sempre uma grande mudança do campeonato para a Liga dos Campeões. No campeonato costumamos ter a bola, as equipas muitas vezes ficam na retaguarda e temos que tentar combinar em espaços apertados», analisou.
«Não há um grande leque de boas equipas, mas com o Sporting, o Sp. Braga e esta temporada o Racing Power há outras três equipas contra as quais os jogos são mais disputados. O futebol feminino português pode desenvolver-se ainda mais, mas está num caminho muito bom», acrescentou a guarda-redes alemã.