Luís Mendes, administrador da SAD do Benfica, concedeu uma entrevista conjunta à BTV e ao ECO, onde abordou vários temas relevantes para o clube da Luz.
Contas do Benfica e Emissão de Obrigações
O dirigente começou por discutir as contas do Benfica, que apresentaram um resultado líquido positivo de 18 milhões de euros. Em relação à emissão de obrigações no valor de 35 milhões de euros, Mendes explicou: «É para reembolsar a emissão anterior. Esta emissão tem um período de três anos e uma taxa de 5,1 por cento. Estamos atentos à evolução da procura e se entendermos que podemos alargar, analisaremos. Um dos objetivos é o reembolso do empréstimo anterior, mas queremos também diversificar as nossas fontes de financiamento e fazermos face em relação ao que são as nossas perspetivas de tesouraria».
Rentabilidade da Emissão
Sobre a rentabilidade da emissão, Mendes afirmou: «Estamos tranquilos com o comportamento da procura, o valor que estamos a oferecer o mercado vai apreciar em função do que é o perfil do forrador tradicional do Benfica. Estamos tranquilos quanto à taxa. E o Benfica tem um histórico imaculado em termos de cumprimento, sempre pagou o juro a tempo e horas e reembolsou a tempo e horas, o risco é, portanto, muito calculado».
Comparação com o Sporting e Aumento do Passivo
Quando questionado sobre a diferença de taxas entre o Benfica e o Sporting, Mendes explicou: «Naturalmente que as contas do Benfica e os capitais do Benfica são devidamente robustos e isso reflete-se também num risco menor».
Em relação ao aumento do passivo do clube, que subiu de 325 para 442 milhões de euros desde junho de 2020, Mendes tranquilizou: «Estamos num valor muito idêntico ao do capital social, portanto estamos perfeitamente tranquilos em relação ao aumento do passivo».
Venda de Jogadores e Participação em Competições Internacionais
Mendes também abordou a necessidade de o Benfica vender jogadores para equilibrar as contas: «Qualquer SAD está obrigada a vender jogadores isso é inquestionável, se formos verificar 90 a 95 por cento dos clubes europeus, todos eles vendem jogadores, todos eles necessitam da venda de jogadores para equilibrar contas».
Sobre a possibilidade de venda de jogadores como João Neves e António Silva, Mendes afirmou: «O Benfica não está pressionado a vender desde logo porque tem uma situação de capitais próprios que lhe permitem acomodar um prejuízo, ainda que ligeiro, não é isso que nos vai assustar ou determinar a venda de um jogador, não é ‘eu preciso fazer resultado e então vou vender a correr’, não…».
Centralização dos Direitos Televisivos e Naming do Estádio
No que diz respeito à centralização dos direitos televisivos da Liga, Mendes destacou a importância do controlo económico: «Sem um controle económico rigoroso entendo que não conseguiremos ter uma Liga verdadeiramente competitiva».
Mendes também abordou a questão do Naming do estádio do Benfica, explicando que o clube procura uma parceria que potencie a marca e seja mutuamente benéfica.
Participação em Competições
Em relação à participação do Benfica na Champions League e no Mundial de Clubes, Mendes expressou confiança nas receitas e oportunidades que estes torneios podem trazer ao clube.
Em suma, a entrevista de Luís Mendes abordou diversos temas relevantes para o Benfica, desde as finanças e estratégias de investimento até às perspetivas de participação em competições internacionais e questões de branding e direitos televisivos.