O presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), José Manuel Constantino, criticou a ausência de uma 'linha orientadora' para o desporto nacional nos programas partidários, mostrando-se reticente quanto a uma mudança de paradigma no setor após as eleições legislativas de domingo. Constantino expressou a sua preocupação ao afirmar:
«Não há uma linha orientadora em nenhum programa eleitoral que faça perceber qual é o sentido que se pretende para o desenvolvimento desportivo nacional e quais são as medidas de política desportiva que se pretendem implementar».
O presidente do COP destacou que as recomendações feitas pelo Comité em janeiro foram ignoradas pelos partidos políticos, que não abordaram as alterações propostas, como o estatuto do dirigente desportivo em regime de voluntariado e o modelo de financiamento do desporto nacional. Constantino enfatizou a falta de definição de um caminho claro e de metas a atingir nos programas eleitorais apresentados.
Constantino mostrou-se cético quanto a uma possível mudança na política desportiva após as eleições, afirmando:
«Gostava de ser surpreendido com boas notícias e com boas medidas de política desportiva. Mas, até à presente data, não encontro nenhum dado tangível que me faça sustentar essa possibilidade». O dirigente olímpico fez estas declarações durante a cerimónia de homenagem às atletas pioneiras em cada modalidade na representação de Portugal em Jogos Olímpicos, realizada na sede do COP, em Lisboa.
Esta crítica do presidente do COP reflete a preocupação com a falta de direção e orientação no desenvolvimento do desporto nacional, evidenciando a necessidade de uma abordagem mais estruturada e comprometida por parte dos partidos políticos e do Governo em relação ao setor desportivo.