José Miguel Albuquerque, presidente da Associação Portuguesa de Direito Desportivo (APDD), analisou a sentença do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) que considerou a proibição da FIFA e da UEFA em relação à participação de clubes e jogadores em competições privadas, como a Superliga, contrária à legislação europeia. O advogado afirmou que a UEFA reorganizou a Liga dos Campeões, que terá um novo formato a partir da época 2024/25, para se aproximar da Superliga, mas ainda mantendo a mesma lógica. 'Enquanto esta guerra estava 'no forno', a UEFA foi fazendo o seu caminho para garantir que tudo ficava parecido', disse Albuquerque à agência Lusa.
Os clubes fundadores da Superliga, que inicialmente contavam com 15 membros, agora têm apenas o Real Madrid e o Barcelona como 'resistentes'. A proposta da Superliga, que previa uma competição com 20 clubes, enfrentou grande contestação e foi inviabilizada em 2021. No entanto, foi resgatada após dois anos e um novo projeto foi apresentado com 60 a 80 clubes, sem membros permanentes e baseado no mérito desportivo.
Albuquerque confia na manutenção do modelo piramidal atual do futebol e destaca a importância das ligas domésticas na qualificação para as competições europeias. Ele reforça que manter o futebol como um negócio e uma missão social é fundamental. Em relação ao novo Mundial de clubes proposto pela FIFA, Albuquerque destaca a busca por uma fonte de receita extra e a promoção do mérito. 'Benfica e FC Porto vão jogar o primeiro Mundial, mas, a seguir, pode jogar outra equipa portuguesa e isso faz os clubes correrem em frente', concluiu o advogado.