A rivalidade entre Red Bull Salzburg e Austria Salzburg não é apenas uma questão desportiva. Tem raízes profundas na parceria entre o clube austríaco e a Red Bull, que muitos acreditam ter 'destruído' a identidade original do clube. O Austria Salzburg foi fundado em 2005 como um protesto contra a parceria da Red Bull com o Austria Salzburg, que resultou na mudança de nome, cores, emblema, equipamentos, estádio e política de transferências. A divisão entre adeptos foi imediata e o Austria Salzburg renasceu como um novo clube.
Johannes Hofer, jornalista austríaco da Sky Sports, explicou a situação: 'No início, entre adeptos, havia uma boa atmosfera e um bom pressentimento em relação à parceria, no entanto, assim que verificaram que o nome ia ser alterado, assim como as cores do clube... Perceberam que este 'novo clube' não ia ter nada a ver com o antigo. Tendo isto em conta, um grupo organizado de adeptos decidiu que não fazia sentido apoiar a Red Bull e fundou o Austria Salzburg (2005), que começou do zero num campeonato regional da Áustria.'. O Austria Salzburg, apesar de enfrentar muitas dificuldades, conseguiu subir para a segunda divisão austríaca, mas Hofer afirma que foi um passo muito grande para o clube, que não estava preparado para o nível profissional.
A rivalidade entre os dois clubes é evidente, mas os adeptos da Red Bull Salzburg parecem não se importar. 'Os adeptos da Red Bull Salzburg não estão muito preocupados. Os adeptos da Red Bull olham para os adeptos do Austria Salzburg (2005) como um pequeno irmão', afirmou Hofer. Por outro lado, os adeptos do Austria Salzburg sentem mais a rivalidade, pois acreditam que a Red Bull 'destruiu' o clube. Para eles, o jogo entre as duas equipas, a contar para a Taça da Áustria, foi uma oportunidade para mostrar que são o verdadeiro orgulho de Salzburgo.
Apesar das dificuldades enfrentadas pelo Austria Salzburg (2005), Hofer não espera grandes mudanças no futuro próximo. O clube ainda não recebeu o apoio necessário das autoridades, cidade, adeptos e empresas para se desenvolver. 'Assim como em Portugal, é necessário o apoio do estado/cidade/adeptos/empresas e, até ao momento, esse apoio ainda não existiu', concluiu o jornalista austríaco.