O empate a um golo entre Juventus e Sporting, na quarta jornada da Liga dos Campeões, foi um encontro intenso onde o empenho, a qualidade técnica e a estratégia tática foram evidentes. As declarações dos protagonistas reflectem a importância do resultado e o espírito competitivo demonstrado por ambas as equipas.
A Juventus e o Sporting mostraram-se determinadas desde o apito inicial, protagonizando um confronto que combinou momentos de pressão ofensiva e rigor defensivo. O ponto conquistado reafirma a ambição de ambas as equipas nesta fase da competição europeia.
Francisco Conceição e a entrega da Juventus
Francisco Conceição, jogador da Juventus, considerou que a sua equipa merecia a vitória, expressando que “acho que foi um jogo bom de se ver, entre duas equipas que queriam ganhar. Penso que saímos prejudicados porque tivemos mais oportunidades e remates, mas não conseguimos fazer o segundo golo. É uma competição onde jogam os melhores e temos de continuar a procurar vitórias para nos colocarmos lá em cima.”
Sobre o significado de jogar contra equipas portuguesas, Conceição afirmou que “claro que é especial jogar contra todas as equipas portuguesas, mas queria fazer o meu trabalho, ajudar a minha equipa e ganhar. É para isso que trabalhamos.” Melhorando na competição, acrescentou: “Muita informação numa fase inicial. Está a ajudar-nos a melhorar o que temos a melhorar e acredito que pouco a pouco vamos conseguir os resultados que tanto queremos.”
O jogador não perdeu a esperança e garantiu: “Nada está perdido. Longe disso! Temos muitos jogos para jogar e muitos jogos para ganhar.”
Pote e o prémio ao guarda-redes Rui Silva
Pote, médio do Sporting e eleito o melhor jogador em campo pela UEFA, surpreendeu ao elogiar a exibição do guarda-redes Rui Silva, afirmando: “Dar uma palavra ao Rui (Silva) que fez uma excelente exibição. Vou ser honesto: não sei como me deram o prémio de melhor em campo. Para mim, o Rui Silva fez uma excelente exibição e graças a ele vamos com um ponto para Lisboa. Dar-lhe o prémio? Já lhe queria ter dado, mas a UEFA não me estava a deixar. Vou dar-lhe no balneário.”
Reconhecendo o desafio do adversário italiano, Pote afirmou: “Este grupo tem feito alguma história, queríamos mais uma, que era acabar com esses 19 jogos sem vencer em Itália. Defrontámos uma equipa muito boa, que ainda não tinha perdido em casa e nos ia criar muitas dificuldades. Foi o que aconteceu.” Enfatizou o espírito do Sporting na competição: “Vamos entrar em todos os jogos para ganhar. É uma competição muito boa, em que vamos defrontar excelentes equipas, mas o Sporting tem de entrar sempre para ganhar.”
Maxi Araújo valoriza o ponto
Maxi Araújo, autor do golo do Sporting, destacou a dificuldade da partida e a importância do resultado, dizendo: “Sem dúvida. Como sabemos, é um estádio muito difícil. Creio que viemos atrás do resultado e o empate foi positivo. O importante era somar pontos.”
Sobre o fervor dos adeptos, referiu: “Impressionante! Sempre a cantar e a apoiarem até ao fim do jogo.” Comentou ainda sobre uma oportunidade que poderia ter mudado o jogo: “Se essa bola entrasse, a partida seria totalmente diferente. Desta vez não tivemos essa sorte, mas o jogo foi muito equilibrado e por isso acabou empatado.”
Concluiu com uma mensagem de compromisso: “Com esta camisola temos de jogar até ao fim em todas as competições. Temos de lutar até ao final. Agora temos de pensar na Liga.”
Luciano Spalletti exalta a vontade da Juventus
O treinador da Juventus, Luciano Spalletti, avaliou a exibição da sua equipa, afirmando: “Estou contente com a prestação da equipa, mostraram carácter, disponibilidade e vontade de vencer. Tivemos um início complicado, mas depois houve uma reação fantástica e assumimos o controlo do jogo. Talvez merecêssemos a vitória, pois criámos duas ou três situações. Foi pena, mas se continuarmos com este espírito, vamos ganhar muitos jogos.”
Reconheceu também a qualidade do Sporting e a competência do treinador adversário: “Como eu tinha avisado, o Sporting é uma equipa muito boa, joga muito bem, com muita técnica, velocidade e posse de bola. É complicado jogar contra eles. O treinador Rui Borges, apesar de jovem, é competente e sabe pôr a equipa a jogar muito bem. Não é fácil tirar o controlo do jogo ao Sporting.”
Admitiu imprecisões iniciais, mas elogiou o esforço global: “Fomos um pouco imprecisos na qualidade das jogadas, no início, quando eles nos atacaram, não conseguimos iniciar as ações, mas, no geral, a equipa fez um grande jogo.”
Rui Borges destaca qualidade e competitividade do Sporting
O treinador do Sporting, Rui Borges, realçou a qualidade e competitividade da sua equipa: “Na primeira parte tivemos capacidade, inspiração e qualidade em termos de jogo posicional no processo ofensivo. No processo defensivo também fomos conseguindo anular, à vezes com maior dificuldade, mas jogámos contra uma grande equipa.”
Sobre o segundo tempo, comentou: “Na segunda parte faltou-nos um pouco mais de inspiração para controlar melhor o jogo com bola, mas tivemos compromisso e atitude competitiva, que era o que o jogo também pedia.” Notou a força da Juventus: “Foi um jogo difícil, num campo difícil e com uma equipa com qualidade que ainda não perdeu em casa esta época. Sabíamos de todas as dificuldades que teríamos. Foi um jogo muito competitivo e intenso. Um grande jogo de Champions em que a equipa deu uma grande resposta. Se queremos andar entre os melhores, temos de ter esta capacidade, humildade e coragem que tivemos ao longo do tempo com e sem bola.”
Detalhes do desempenho e adaptação táctica
Rui Borges analisou os detalhes do desempenho do Sporting: “Na primeira parte estávamos a fazer um excelente jogo: capacidade com bola, variabilidade nos posicionamentos, o Pote e o Trincão a perceberem muito bem os espaços onde queríamos que eles andassem. Estávamos a conseguir controlar o jogo e a ter muita qualidade no processo ofensivo perante uma grande equipa.”
Sobre as exigências da Champions, acrescentou: “Não temos tantos remates como no nosso campeonato, mas a exigência também é muito maior. Eles tiveram alguma superioridade na segunda parte, nós tivemos alguma posse, mas pouco objetiva. E fomos perdendo alguma frescura e isso notava-se nas tomadas de decisão que nos deixaram mais expostos a transições. Andámos mais vezes em transições na segunda parte e não queríamos entrar nesse jogo. Faltou alguma frescura física e mental que levou a que a Juventus estivesse um bocadinho mais por cima na segunda parte.”
Destacou ainda o momento decisivo com a defesa de Rui Silva: “O real perigo da Juventus foi nestes últimos cinco minutos. Uma grande defesa do Rui Silva que nos dá o ponto e outro lance na área. Até aí estávamos competitivos: o Ousmane Diomande fez um grande jogo e o Inácio e o Maxi também.”
Limitações e desafios ofensivos
Sobre as limitações no processo ofensivo, Rui Borges afirmou: “Não estivemos tão bem no processo ofensivo e temos de crescer aí quando a exigência é maior. O desafio é conseguirmos ser constantes na nossa qualidade de jogo durante mais tempo com estas grandes equipas. No nosso campeonato temos tido essa capacidade, mas aqui a exigência é maior. E a equipa percebeu isso. Foi um grande jogo.”
Demonstrou ainda um respeito especial por Francisco Conceição, partilhando: “Seria com qualquer um, mas acabamos por ter um carinho diferente com alguém do nosso país. É um miúdo reconhecido pela sua qualidade e competitividade e que aprendemos a olhar e a respeitar por tudo o que tem conseguido ao longo do seu trajeto. Também já passou pelo Sporting e também por isso o carinho é grande, mas tê-lo-ia feito com qualquer jogador da Juventus.”
Desafios táticos na ala direita
Rui Borges admitiu alguma dificuldade tática relativa à ala direita: “Sim. Na primeira parte estava a sentir alguma dificuldade em chegar mais perto. Estávamos a deixá-los rodar e a encarar a nossa linha defensiva, o que depois obrigava-nos a correr muito mais. Até melhoraram um bocadinho na segunda parte, mas depois senti que faltava alguma frescura.”
Explicou ainda a tentação de mexer na equipa: “Mas, para ser honesto, estive tentado a mexer mais cedo, até pela dificuldade que estávamos a ter nesse espaço. Esse também era o lado mais forte da Juventus na primeira parte. Aqui ou ali tivemos alguma dificuldade, mas no fim da primeira parte, no computo geral, acho que estávamos a fazer um excelente jogo: capacidade com bola, variabilidade nos posicionamentos, o Pote e o Trincão a perceberem muito bem os espaços onde queríamos que eles andassem. Estávamos a conseguir controlar o jogo e a ter muita qualidade no processo ofensivo perante uma grande equipa.”
Lesionados e opções táticas
Rui Borges comentou sobre os jogadores lesionados e as opções no banco de suplentes: “O Simões esteve em dúvida até ao início do jogo. Teve um percalço ontem no treino e esteve em dúvida, mas hoje sentiu-se bem. Saiu mais pelo cansaço, porque estava no limite do esforço, do que pelo problema que teve ontem no treino.”
Sobre Luis Suárez, explicou: “O Suárez foi opção, pelo que era a estratégia. Teve um ligeiro desconforto num joelho no jogo passado, mas não era algo impeditivo.”
