Sporting CP critica decisões do Conselho de Disciplina da FPF

  1. Sporting expressa preocupações sobre justiça desportiva
  2. Conrad Harder punido logo após jogo
  3. Frederico Varandas suspenso por 51 dias
  4. Desigualdade nas punições entre jogadores

O Sporting Clube de Portugal expressou profundas preocupações sobre as decisões recentes do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), considerando que estas “colocam em causa a integridade das competições e a credibilidade da justiça desportiva”. Esta declaração reflete uma tese central no comunicado da direção do Sporting, que ainda enfatiza a importância da independência das instituições que regulam o futebol, crucial para garantir uma competição justa.

No comunicado, o Sporting destaca a celeridade nas sanções aplicadas a seus jogadores, especificamente no caso de Conrad Harder, que foi punido logo após um jogo, uma decisão que o clube considera “inútil no tempo”. A notificação para um jogo de suspensão foi feita no dia 17 de abril, mas a decisão do recurso foi comunicada apenas em 24 de abril, já após Harder ter cumprido a sua pena. Isso desvia a atenção da importância de garantir o direito de defesa dos atletas.

Desigualdade nas Punições

A direção do Sporting faz uma comparação direta entre os castigos aplicados aos seus jogadores e aqueles a atletas de clubes rivais. O comunicado afirma: “Conrad Harder gritou ‘Yeah’ a um adversário e foi punido com 1 jogo de suspensão. Esgaio, Quenda e Debast terão supostamente dirigido a expressão ‘Chupa c**’ a um adversário e também foram suspensos por 1 jogo. Já António Silva, jogador do SL Benfica, gritou ‘Chupa’ no corredor de acesso aos balneários, provocando uma reação de elementos do FC Porto. A sanção? Uma multa de 408 euros”. Aqui, o clube levanta questões sobre a igualdade nas punições e a forma como estas são distribuídas entre clubes.

Outro ponto problemático levantado pelo Sporting diz respeito à suspensão de 51 dias do presidente Frederico Varandas, um castigo notificado no dia seguinte à decisão do CD. Este atraso impactou diretamente a presença de Varandas na final da Taça de Portugal: “Consequência desse atraso, o castigo apenas terminou no dia 25/05/2025 (em vez de 24/04/2025), dia da final da Taça de Portugal, impedindo o Presidente do Sporting CP de aceder à zona técnica e acompanhar a equipa no jogo”. Esta situação levanta questões sobre a transparência e a eficiência do processo disciplinar em vigor.

Coerência nas Decisões Disciplinares

Em paralelo, o comunicado sublinha a percepção de uma falta de coerência nas decisões do CD. O clube menciona que, enquanto o CD justificou a sanção a Harder com a teoria da “field of play”, no caso de Matheus Reis, punido com quatro jogos, essa mesma teoria foi distorcida. A disparidade impressiona: “No caso Matheus Reis, essa mesma teoria foi distorcida, afastando-se o entendimento anteriormente assumido pelo órgão relativamente à valoração das decisões do VAR para punir o jogador com uma suspensão de quatro jogos”.

Essa acusação culmina na crítica à ausência de processos disciplinares contra figuras como Rui Costa e André Villas-Boas, que tiveram comportamentos questionáveis, mas não enfrentaram sanções similares às de Varandas. O comunicado destaca: “Resultado? Dois processos disciplinares instaurados ao presidente do Sporting. Zero processos disciplinares contra os presidentes de Benfica e FC Porto”.

Manipulação de Informações

Por fim, o clube expressa preocupação em relação à manipulação das informações e ao acesso a documentos confidenciais, possivelmente expondo dados sensíveis a rivais. O Sporting questiona: “A que propósito se expõem contratos confidenciais num processo disciplinar com base num vídeo? Os factos e a sua disparidade falam por si”.

Com isso, o Sporting procura não apenas defender sua posição, mas também questionar as práticas do CD da FPF, apelando a uma maior transparência e justiça nas decisões que afetam a credibilidade do futebol em Portugal.