Na sua mais recente entrevista ao jornal Sporting, Rui Borges falou sobre a importância do apoio e da confiança de Frederico Varandas durante a sua jornada no clube. “Agradeço ao presidente. No primeiro abraço que lhe dei depois do jogo agradeci pela confiança e por acreditar numa equipa técnica que não tinha um passado tão glorioso quanto isso”
, começou por dizer, sublinhando como esse apoio foi crucial para a sua performance enquanto treinador.
Borges recordou também os momentos decisivos que culminaram na conquista do bicampeonato. Ele destacou a emoção do jogo que considera ser o verdadeiro jogo do título
: “O jogo que me marcou mais acabou por ser com o Gil Vicente. No meu discurso antes do jogo disse que o jogo do título não ia ser com o Benfica, mas sim naquele dia. Disse que era aquele jogo que nos ia dar o título. Achava mesmo isso porque sabia que ia ser difícil, mas que se ganhássemos íamos ser campeões”
, afirmou com convicção.
A Ascensão da Equipa
A ascensão da sua equipa pode ser atribuída ao desempenho destacado de jogadores-chave, especialmente Viktor Gyokeres e Morten Hjulmand. “O Morten tem uma personalidade muito própria e ganha o respeito logo com a sua imagem pelo carácter e tranquilidade. Respeitamo-lo logo, no momento, no bater do olhar. Tem sido um grande líder dentro e fora de campo”
, elogiou Borges, reconhecendo a importância destes atletas na formação do grupo.
Rui Borges enfatizou também a resiliência evidenciada pelos jogadores ao longo da temporada. “É impossível não olharmos para ele como um exemplo. Quer ser melhor, voltar e ganhar”
, disse referindo-se a Nuno Santos, que enfrentou uma série de desafios devido a lesões. A determinação e o espírito de união foram temas recorrentes na conversa do técnico, que destacou o ambiente camarada do grupo: “O grupo é incrível. Tem camaradagem, amizade e eles demonstram isso. Têm uma amizade muito própria entre todos, é fantástico e importante para os liderar e gerir.”
Superando Adversidades
Ao abordar a fase em que a equipa teve de enfrentar adversidades, Borges mencionou especificamente o impacto emocional das derrotas e empates. “Quando o Eduardo Quaresma fez golo, corri como um ‘tontinho’ [risos]. Todos os jogos foram importantes, mas o que senti nesse jogo bateu certo e teve muita emoção”
, recordou, evidenciando a intensidade emocional que o futebol provoca.
Além do aspeto emocional, Rui Borges refletiu sobre a importância da atitude no desempenho da equipa: “Quando faltar a inspiração, que não falte a atitude. O futebol está muito diferente e está cada vez mais intenso e competitivo. Se a atitude não estiver lá, a qualidade técnica não vai chegar.”
Esta filosofia, segundo ele, tem sido crucial para o sucesso da equipa nesta competição exigente.
Legado e Memórias
Borges concluiu a entrevista falando sobre o legado que espera deixar no clube: “Toda a gente se vai lembrar do rapaz de Mirandela que foi Bicampeão no Sporting, onde já passaram grandes treinadores mundiais que não ganharam. A sorte dá muito trabalho e tivemos a competência de criar memórias nas pessoas.”
Ao olhar para o futuro, o treinador espera continuar a construir sobre os sucessos alcançados.