Pedro Gonçalves, jogador de destaque no Sporting, falou abertamente sobre o impacto emocional da saída de Rúben Amorim, que considera o treinador mais importante da sua carreira. “Antes de mais, o míster foi o treinador mais importante da minha carreira, se não não estaria aqui hoje. Tínhamos ligação muito forte, eu a nível profissional e familiar, gostava muito da minha mulher, tinham algumas conversas. Ficamos um bocadinho tristes. Lembro-me quando disse que ia embora. Comecei a chorar, era uma pessoa de que eu gostava muito e fiquei triste. Nunca lhe disse para não ir. Disse boa sorte,” partilhou Gonçalves, refletindo sobre a profunda relação que desenvolveu com Amorim durante o seu tempo no clube.

A despedida de Amorim não deixou apenas Pedro sentindo a perda; os seus companheiros também sentiram a ausência de uma figura paternal. “Os jogadores perceberam. Claramente que os jogadores ficam tristes, era como se fosse um pai. Sabia quando estávamos tristes, as palavras que precisávamos,” disse ele. Este forte elo emocional entre o treinador e a equipa foi fundamental para o ambiente do balneário e para as dinâmicas de grupo, especialmente em tempos desafiadores.

O Apoio Mútuo entre Jogadores

Com a dinâmica de grupo alterada, Gonçalves mencionou a importância do apoio mútuo entre os jogadores. “O grupo apoia-se muito no treinador e tivemos de nos apoiar mais uns nos outros,” afirmou ele, enfatizando a necessidade de resiliência e união após a saída de Amorim. A confiança em Amorim era tal que Gonçalves declarou que “tudo o que ele diz na televisão, ele diz para dentro. Ele convence mesmo. Se nos disser que temos de ir para a direita e é por ali que vamos vencer, todos acreditam nas palavras dele.”

Enquanto o Sporting se preparava para a final da Taça de Portugal contra o Benfica, Gonçalves partilhou a dificuldade e a ansiedade que vêm com jogos de tal grandeza. “Sinceramente, não olho para isso. Toda a gente que jogou futebol sabe que estes jogos são 50/50, nunca sabemos o que vai acontecer. É um jogo sempre com muito stress, com muita ansiedade, mas vamos entrar com a máxima vontade de ganhar e alcançar a dobradinha, que é uma coisa que o clube quer muito,” comentou ele.

Reflexões Sobre a Temporada Anterior

Pedro também falou sobre a importância dos momentos decisivos na temporada anterior. Recordou o jogo em que marcaram um golo cedo que “talvez ajudou e também prejudicou, porque baixámos muito as linhas. Acabou por correr bem, o empate era bom para nós. Amanhã vamos rever esse jogo para ver aquilo que não fizemos tão bem.” Na busca por uma vénia à história do clube e um potencial título, ele reconheceu as dificuldades enfrentadas pelo FC Porto, inserido no mesmo contexto competitivo. “É sempre um grande, que tem condições para lutar pelo título. Há sempre temporadas como esta, já fiquei em 4.ª lugar, mas certamente que no próximo ano vão chegar na máxima força para serem campeões,” concluiu.

O futuro, tanto pessoal quanto do clube, parece incerto, mas a determinação de Gonçalves e a unidade na equipa certamente serão cruciais ao longo do processo. Esta final da Taça não é apenas um jogo; é uma oportunidade para todos no clube se provarem novamente e honrarem a memória do treinador que deixou uma marca indelével em suas carreiras.