O empresário de futebol Miguel Pinho, conhecido por representar o jogador Bruno Fernandes, encontra-se no centro de uma polémica. Foi acusado pelo Ministério Público (MP) de corrupção desportiva ativa, num caso que alegadamente envolve o Benfica, lançando uma sombra sobre o mundo do futebol português.
As acusações referem-se a uma alegada tentativa de corromper Edgar Costa, jogador do Marítimo, numa partida crucial da temporada 2015/16. Este caso levanta sérias questões sobre a integridade no desporto e a conduta de agentes desportivos.
Acusação Formal Contra Miguel Pinho
De acordo com o despacho de outubro de 2024, consultado pelo zerozero, Miguel Pinho terá pedido a Edgar Costa para “jogar mal e não rematar à baliza”. O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) requereu, juntamente com a acusação, “a aplicação da pena acessória de proibição do exercício da profissão ou atividade de agente desportivo”, conforme comunicado.
O MP acusa Miguel Pinho de, na época 2015/2016, ter abordado José Edgar Costa, jogador do Marítimo, oferecendo-lhe 30 mil euros para que este “efetuasse uma prestação desportiva contrária aos interesses” do clube insular num jogo contra o Benfica. A acusação detalha que Miguel Pinho e Luís Pinho terão dito ao jogador que “bastaria jogar mal e não rematar à baliza”, prometendo ainda um “novo contrato de trabalho, melhor remunerado num outro clube”, caso aceitasse a oferta. Edgar Costa terá rejeitado a proposta.
Detalhes da Investigação e Implicações
O Ministério Público requereu a perda de bens e vantagens no valor de 30.000,00€, correspondente ao valor da vantagem/recompensa prometida pelo arguido, segundo o comunicado do DCIAP. Curiosamente, o Benfica viria a vencer o campeonato, com uma margem de dois pontos sobre o segundo classificado. Na partida em questão contra o Marítimo, realizada na Madeira, o clube da Luz venceu por 0-2.
Apesar das suspeitas, o Benfica não figura na acusação. O MP alega que não existem “indícios suficientes” que comprovassem que a atuação do acusado tenha sido feita em representação do clube encarnado.
Outras Transações Sob Escrutínio
O despacho revela ainda que Miguel Pinho terá recebido cerca de 30 mil euros pelo seu papel na transferência do jogador Aires Sousa, do Nacional para o Benfica. No entanto, o MP considera que Pinho não “participou nas negociações nem ter fornecido qualquer assistência na negociação”.