Tragédia marca a final da Taça de Portugal de 1996 entre Benfica e Sporting

  1. 18 de maio de 1996
  2. Benfica vence por 3-1
  3. Rui Mendes morre durante o jogo
  4. Segurança nas competições desportivas

No dia 18 de maio de 1996, a final da Taça de Portugal entre o Benfica e o Sporting tornou-se um marco não apenas pelo resultado, mas pela tragédia que a envolveu. Mauro Airez abriu o marcador para o Benfica, mas o jogo ficou marcado pela morte do adepto leonino Rui Mendes, atingido por um very light disparado de forma descuidada. O ex-jogador do Benfica, que estava presente naquela partida, reflete sobre a importância do resultado e a tragédia que ofuscou a vitória.

““Durante bastante tempo, o que aconteceu ofuscou um bocado a importância que podiam ter dado nos títulos dos jornais à superioridade do Benfica. Falou-se imenso do incidente, que não ficou por ali, visto que teve seguimento [nos tribunais]. Não digo que a vitória do Benfica tenha passado ao esquecimento, porque uma pessoa até vai ao museu e vê lá o troféu, mas, inevitavelmente, falariam mais dessa situação,”” afirmou um ex-avançado internacional argentino que jogou no clube.

A Vitória e a Tragédia

O Benfica venceu por 3-1, mas a alegria foi interrompida pela tragédia que ocorreu nas bancadas. Um jogador recorda: ““Estávamos muito concentrados e não nos apercebemos de nada nessa altura. Sentimos é que passou uma coisa similar de bancada a bancada no aquecimento, mas que bateu nas árvores. Ouvia-se como se fosse um foguete a passar, uma coisa muito leve.”” Esta indiferença momentânea dos jogadores mostra a tensão e a importância que o jogo tinha para ambos os lados. Para eles, a vitória tinha uma importância significativa, pois era um fechamento de uma época atribulada.

Com a cena do acidente em mente, outro jogador da equipe compartilhou um sentimento de culpa pelo que aconteceu. ““Não andei muito bem durante algum tempo, porque pensava que se não tivesse feito o festejo... Celebrei uns metros para o lado esquerdo da baliza do Sporting, perto da zona onde o adepto morreu. Era como se fosse um sentimento de culpa inevitável,”” confessou. Esta reflexão convida à análise do impacto que uma tragédia pode ter em um campo desportivo, onde a rivalidade fervorosa muitas vezes obscurece questões de segurança e responsabilidade.

A Celebração Que Não Foi

Após a partida, embora o Benfica tenha sido coroado campeão, a alegria da vitória foi obscurecida. ““A festa não foi a mesma,”” admite um dos jogadores, reconhecendo que cada um deles carregava o peso do acidente. A consciência de que um momento de celebração podia ter resultado em uma tragédia fez com que a luta pelos títulos adquirisse um novo significado.

O inevitável debate sobre a segurança nas competições desportivas surgiu a partir deste incidente. O jogador propõe que mudanças significativas devem ser implementadas: ““Com estes acontecimentos, a segurança tinha de crescer. Há partidas de alto risco, mas não acontecem só em Portugal e eu sou de um país em que o alto risco significa mesmo isso. [A organização logística] está bem melhor.””

Memórias e Rivalidades

Com a aproximação da nova final em 25 de maio, 29 anos após aquele confronto fatídico, o passado vem à tona e as memórias da tragédia de 1996 moldam a narrativa da rivalidade entre os dois clubes. Neste contexto, a final da Taça de Portugal de 2023 promete ser um espetáculo emocional e competitivo.

O jornalista da Lusa pontua que ““essa memória virá ao de cima, porque se vai falar no assunto e é inevitável.”” A rivalidade permanece viva e forte, e o que aconteceu em 1996 continua a ecoar, moldando a narrativa dos encontros entre estas duas potências do futebol português.