Um novo rumo para a Seleção Nacional
A chegada de Roberto Martínez à Seleção Nacional Portuguesa trouxe uma nova abordagem, com um foco especial nos jovens jogadores portugueses. Esta estratégia tem sido vista de forma positiva por muitos, pois demonstra a preocupação do selecionador em rejuvenescer a equipa e preparar o futuro. No entanto, alguns especialistas argumentam que Martínez pode estar a ir longe demais nesta aposta, esquecendo-se de convocar jogadores experientes que poderiam trazer um valor acrescentado importante.
A aposta nos jovens
É bom o selecionador estar atento aos jovens, mas convém não esquecer jogadores que deveriam estar bem mais perto da convocatória, como Florentino ou Raphael Guerreiro
, referiu um comentador desportivo. De facto, nomes como o do médio do Benfica e do lateral do Bayern Munique têm sido recorrentemente menos convocados do que alguns jovens que têm tido menos minutos e projeção internacional.
Durante a última conferência de imprensa, Martínez chegou mesmo a mencionar que já estava a acompanhar o jovem Quenda, do Sporting, desde janeiro deste ano, antes mesmo da sua estreia pela equipa principal. Está a crescer muito
, elogiou o selecionador sobre o jogador que deverá reforçar o Chelsea no futuro. Apesar de este tipo de reconhecimento público poder ser motivador para os jovens, alguns adeptos questionam se não seria mais justo dar oportunidades a jogadores que vêm colecionando exibições de elevado nível nas principais equipas portuguesas.
Equilibrar a seleção
Convém, porém, não levar as coisas longe demais, e acho que Martínez está a fazê-lo. Gostaria de poder ter convocado João Simões e Rodrigo Mora? Deu a entender que só não o fez porque estão lesionados. Mas para os convocar, numa lista já alargada a 26, quem teria ficado de fora? Rúben Neves e Trincão? A sério?
, questionou um comentador. De facto, convocar jogadores menos experientes em detrimento de internacionais consagrados como Neves ou Trincão poderá ser excessivo, correndo-se o risco de enfraquecer a competitividade da Seleção.
Para além disso, jogadores como Florentino ou Pedro Gonçalves (atualmente lesionado) vêm sendo titulares indiscutíveis nos dois principais candidatos ao título em Portugal, o Benfica e o Sporting, sem que isso se traduza em chamadas regulares à equipa nacional. Afinal, é preciso fazer milagres para ser convocado ou basta ter menos de 18 anos?
, questiona um outro comentador.
O caso de Raphael Guerreiro
O caso de Raphael Guerreiro também tem sido alvo de críticas. O lateral do Bayern Munique não é titular indiscutível no clube alemão, mas tem tido um impacto importante sempre que entra em campo. No entanto, Martínez informou, em setembro, que tinha decidido, em conjunto com o jogador, que este não seria convocado no primeiro semestre da temporada, para se focar num trabalho físico preventivo de lesões. Ora, estamos já no segundo semestre e Guerreiro continua ausente, apesar de não ter qualquer problema físico.
Raphael Guerreiro não é titular indiscutível do Bayern, mas tem jogado com bastante regularidade (e com alto rendimento), e sem problemas físicos, ao contrário de muitos dos 26 convocados desta lista, alguns, como Renato Veiga ou Francisco Conceição, parados há várias semanas. E para além de atuar a lateral-esquerdo, tem jogado também como defesa-direito e no meio-campo, mostrando uma polivalência que muito jeito poderia dar à Seleção
, argumenta um observador.