Fernando Gomes defende candidatura à presidência do COP e rejeita "futebolização"

  1. Eleições para o COP a 19 de Março
  2. Fernando Gomes nega "futebolização" do COP
  3. FPF apoiou a ida da seleção de futebol ao Rio2016
  4. Gomes apoiou Constantino para a presidência do COP

Fernando Gomes, candidato à presidência do Comité Olímpico de Portugal (COP), procura dissipar receios de que a sua eventual liderança possa resultar numa excessiva influência do futebol no organismo. Em resposta às críticas do seu opositor, Laurentino Dias, Gomes defende o seu compromisso com o olimpismo e recorda o apoio prestado ao COP ao longo dos anos.

As declarações surgem na sequência das dúvidas levantadas por Laurentino Dias, que questionou o súbito interesse de Gomes pelo olimpismo, atendendo ao seu longo período à frente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) sem um envolvimento prévio nas decisões do COP.


Gomes Responde a Críticas


Gomes minimizou as críticas de Laurentino Dias, argumentando que as suas ações e o seu histórico de apoio ao COP falam por si. Recordou o seu apoio a José Manuel Constantino, o anterior presidente do COP, desde a campanha para o seu primeiro mandato, afirmando ter disponibilizado recursos da FPF para o efeito. Mencionou também o apoio a Hermínio Loureiro, que foi vice-presidente de Constantino.


O candidato destacou o envolvimento contínuo da FPF com o COP, começando pela nomeação de Mónica Jorge para a presidência da Comissão Mulheres e Desporto, a indicação do atual secretário de Estado do Desporto, Pedro Dias, para a Comissão Executiva no último mandato de Constantino, e a nomeação de Pedro Pauleta como adido olímpico da Missão portuguesa a Paris2024. «Sempre tivemos uma grande proximidade, independentemente da relação de amizade profunda com o professor Constantino», frisou.


Apoio Contínuo ao Olimpismo


Fernando Gomes também mencionou a colaboração com outras federações de modalidades de pavilhão durante a pandemia de covid-19, a parceria com o atletismo e o râguebi para a reabilitação do Estádio Nacional, e o apoio ao Comité Paralímpico de Portugal, através de estágios das missões na Cidade do Futebol. «Isso foi sempre a nossa forma de estar, de interligar e de ver de que forma é que nós poderíamos interligar e apoiar as outras modalidades», defendeu.


Gomes recordou as dificuldades enfrentadas para levar uma seleção olímpica de futebol aos Jogos Olímpicos Rio2016, devido à não obrigatoriedade de os clubes cederem os jogadores, e o trabalho da FPF para ultrapassar esse obstáculo.


Experiência como Fator Decisivo


O candidato acredita que a sua experiência na presidência da FPF pode ser um fator decisivo nas eleições de 19 de março. «Se [as pessoas] forem imparciais e equidistantes na sua análise, só pode ser um fator extremamente positivo relativamente àquilo que nós fizemos», afirmou.


Rejeição da "Futebolização"


Rejeitando a alegação de que a sua eleição possa levar à «futebolização» do COP, Gomes enfatizou que a FPF sempre foi uma instituição aberta e com capacidade de gestão. «Não há futebolização nenhuma. Há, acima de tudo, capacidade de gestão», garantiu.


Resposta às Acusações de Laurentino Dias


Em entrevista à agência Lusa, Laurentino Dias questionou o amor «de última hora» de Fernando Gomes pelo olimpismo, recordando que o seu adversário nunca participou das grandes decisões do COP durante os mais de 12 anos de presidência na FPF. Fernando Gomes respondeu a esta questão dizendo que «Não tenho, por feitio e por forma de ser e de estar, grande apetência para comentar coisas que não têm comentários possíveis».


O Passado de Apoio a José Manuel Constantino


No Pavilhão da Ajuda, em Lisboa, Fernando Gomes, de 73 anos, recordou ter sido um apoiante de José Manuel Constantino, envolvendo-se pessoalmente na campanha para o primeiro mandato e cedendo mesmo «alguns recursos» da FPF «no sentido de trabalhar a campanha» do homem que presidiu ao organismo olímpico entre março de 2013 e agosto passado.


Além de Hermínio Loureiro, a FPF prolongou o seu envolvimento com o COP com a indicação de Mónica Jorge para a presidência da Comissão Mulheres e Desporto, do atual secretário de Estado do Desporto, Pedro Dias, para a Comissão Executiva no último mandato do anterior presidente e, mais recentemente, de Pedro Pauleta como adido olímpico da Missão portuguesa a Paris2024, enumerou.


Colaboração e Envolvimento Contínuo


Fernando Gomes evocou ainda a colaboração com as restantes federações de modalidades de pavilhão, durante a covid-19, a parceria com o atletismo e o râguebi para a reabilitação do Estádio Nacional, ou «a envolvência» com o Comité Paralímpico de Portugal, através de estágios das missões na Cidade do Futebol.


O candidato também não esqueceu «a dificuldade que foi levar uma seleção olímpica de futebol» ao Rio2016, uma vez que «não há obrigatoriedade de os clubes libertarem os jogadores», recordando o trabalho que a FPF fez nesse sentido.


Fernando Gomes rejeitou ainda a premissa de que a sua eleição possa significar a 'futebolização' do COP, afastando ainda a «ideia errada» de que a FPF era uma entidade fechada. «Sempre foi uma instituição muito aberta, sem deixar, obviamente, dentro daquilo que está a referir, numa perspetiva de ser mais profissional do ponto de vista daquilo que são as suas funções. Dentro disso não parece que o termo seja minimamente ajustado, não há futebolização nenhuma. Há, acima de tudo, capacidade de gestão», defendeu. Fernando Gomes acredita que a sua experiência na presidência da FPF pode pesar a seu favor nas eleições de 19 de março.

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