A corrida à presidência do Comité Olímpico de Portugal (COP) ganha contornos mais definidos com a formalização das candidaturas de Laurentino Dias e Fernando Gomes. Ambos os candidatos entregaram os seus dossiers na sede do organismo, em Lisboa, perante a Comissão Eleitoral, marcando o fim do prazo para a apresentação de candidaturas.
A ex-atleta Rosa Mota marcou presença na comitiva de Fernando Gomes, demonstrando o seu apoio. No entanto, preferiu não comentar o seu estado de saúde após a cirurgia recente, assegurando apenas que "a recuperação está a correr bem".
Gomes Responde a Acusações de Afastamento
Após Laurentino Dias ter afirmado que Fernando Gomes, nos seus 12 anos à frente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), nunca participou em assembleias gerais ou reuniões do COP, o ex-presidente federativo respondeu às acusações, defendendo a sua postura.
"Sinceramente, tenho uma forma de estar na vida diferente. Não sou político, acho que o desporto não é político e, portanto, tenho alguma dificuldade de entender algumas mensagens que se querem passar", começou por referir Fernando Gomes, procurando distanciar-se de leituras políticas.
O Envolvimento da FPF na Eleição de Constantino
O candidato à presidência do COP explicou que a FPF esteve envolvida no processo de eleição de José Manuel Constantino em 2012, tendo sugerido a inclusão de Hermínio Loureiro na Comissão Executiva. "Estivemos, desde o primeiro momento, na primeira eleição de José Manuel Constantino. Participamos ativamente na sua eleição em 2012. Naquele momento, quando nos pediu que participássemos na Comissão Executiva, em conjunto - porque sempre mantivemos um diálogo permanente - chegámos à conclusão que o futebol seria representado pelo seu primeiro vice-presidente, Hermínio Loureiro. O qual esteve no Comité Olímpico no primeiro e no segundo mandato de Constantino", recordou Gomes.
Fernando Gomes revelou ainda que, em novembro de 2021, foi um dos cinco presidentes de federações que desafiaram Constantino a recandidatar-se a um terceiro mandato: "Não tenho dúvidas nenhumas que fomos nós que tomámos essa iniciativa, mais ninguém", sublinhou.
Diálogo Permanente e Apoio às Modalidades
Gomes frisou que, antes da inauguração da Cidade do Futebol, as federações reuniram-se para discutir os problemas das modalidades, reiterando a sua postura de "apaziguamento, lealdade, correção no tratamento" com o COP.
"Dizer que estivemos afastados, sinceramente... Recordo-me que a poucos dias da inauguração da Cidade do Futebol, todas as federações estiveram numa reunião comigo a falar sobre os problemas que as modalidades tinham. São formas de estar, de ser, não gostamos, por feitio e formação, entrar nesse tipo de questiúnculas. Acho que não é nada positivo para o desporto. O nosso registo, em termos daquilo que se passou ao longo dos 13 anos, foi de apaziguamento, lealdade, correção no tratamento e é exatamente dessa forma que vamos continuar a ser, independentemente daquilo que se passar à nossa volta", concluiu.
"A Política Deve Estar Afastada do Desporto"
Parafraseando José Manuel Constantino, Fernando Gomes reforçou que "a política deve estar afastada do desporto", defendendo que essa é a sua forma de estar no desporto, sem se envolver em questões políticas.