Construção de trás para a frente
Uma equipa de futebol constrói-se de trás para a frente, dizem os especialistas. E os rivais lisboetas Benfica e Sporting, que vão entrar para o dérbi eterno separados por um ponto, apresentam registos muito distintos no que respeita à composição, consistência, utilização e conhecimento mútuo dos respetivos setores recuados.
«O Benfica e o Sporting até apresentam números equivalentes no que respeita aos golos sofridos», explica o analista. «Mas as grandes diferenças surgem na utilização das peças que compõem os setores recuados.»
Benfica: defesa de pedra e cal
No Benfica, para lá do guarda-redes titular Anatoliy Trubin, os laterais Bah e Álvaro Carreras são peças fixas, com o dinamarquês a falhar apenas duas jornadas e o espanhol apenas um jogo por castigo. Nos centrais, Tomás Araújo e Nicolás Otamendi têm sido os preferidos de Bruno Lage, com António Silva como alternativa fiável. A média de jogos completados pela defesa encarnada é de 88%.
Sporting: lesões e gestão do plantel
Já no Sporting, a situação é bem diferente. Na baliza, Kovacevic e Franco Israel têm dividido os minutos. E no trio de centrais, as mudanças têm sido frequentes, com Sebastián Coates, Gonçalo Inácio, Jeremiah St. Juste, Matheus Reis e Eduardo Quaresma a rodarem. «O exercício de adivinhar, de véspera, a constituição da defesa leonina é um caso mais próprio para um Sherlock Holmes», refere o artigo. A média de jogos completados pelos elementos da defesa do Sporting é de apenas 48%.
Clássico com «superior emoção e peculiar relevância»
Assim, o clássico entre Benfica e Sporting, «separados por um ponto», ganha «superior emoção e peculiar relevância», com duas defesas em situações muito distintas. Enquanto o Benfica apresenta uma linha recuada sólida e consistente, o Sporting tem tido de lidar com muitas lesões e uma maior rotatividade no setor defensivo.