O novo treinador do Sporting, Rui Borges, não deverá alterar o sistema tático 3-4-3 já implementado na equipa, de acordo com a análise de dois treinadores portugueses experientes.
Com pouco tempo de trabalho até ao dérbi eterno contra o Benfica, Rui Borges deverá optar por manter a estrutura tática que Ruben Amorim implementou e que tem sido utilizada desde então, evitando mudanças de última hora.
Manter o sistema 3-4-3
Não faria sentido que alterasse para este jogo, afirma Henrique Calisto, de 71 anos, explicando que com pouco tempo para trabalhar até ao jogo de domingo não faria sentido estar, de momento, a fazer alterações no sistema tático, tendo em conta que os jogadores estão muito rotinados nas dinâmicas do 3-4-3.
Há pouco tempo para desenvolver novas ideias e ainda menos para as consolidar, razão pela qual julgo que não fará muito sentido o Rui [Borges] estar a mudar a tão poucos dias do dérbi, que, por variadíssimas razões, é um jogo muito importante para o Sporting e para o seu treinador, que, como é natural, quererá entrar a ganhar no seu novo clube e numa partida em casa, perante os seus adeptos, corrobora Nuno Campos, que recentemente deixou o cargo de treinador adjunto de Renato Paiva nos mexicanos do Toluca.
Jogadores rotinados no 3-4-3
O sistema 3-4-3 foi implementado por Ruben Amorim quando assumiu a equipa, em março de 2020, e mantido por João Pereira nos oitos jogos em que esteve à frente da equipa principal. Agora, com a chegada de Rui Borges, os especialistas acreditam que não haverá alterações de imediato.
Os jogadores não fariam o que seria pedido, defende Henrique Calisto, explicando que se, porventura, o treinador lhes pedisse já para que jogassem num outro contexto tático, eles não fariam aquilo que estão habituados a fazer nem fariam aquilo que o treinador lhes pediria, porque não estão rotinados.
Consolidar as dinâmicas
Apesar de Rui Borges ter utilizado diferentes sistemas táticos no Vitória de Guimarães, como o 4-3-3 e o 4-2-3-1, os especialistas acreditam que o novo treinador do Sporting não deverá mexer no esquema neste momento, focando-se antes em consolidar as dinâmicas da equipa.
Henrique Calisto acredita que a estrela da equipa, Viktor Gyokeres, se adaptará bem a uma eventual mudança de sistema, uma vez que pelas suas características, tanto pode jogar a três na frente, como faz agora, como com dois ou sozinho no ataque.
Polivalência dos jogadores
Nuno Campos destaca a polivalência de Maxi Araújo, que orientou no Toluca, defendendo que tanto pode atuar numa linha de quatro, até a defesa esquerdo, ou numa linha de cinco no setor mais recuado nas mesmas funções e também a extremo mais aberto ou entre linhas, como jogava o Pedro Gonçalves.
Com o dérbi à porta, Rui Borges deverá, portanto, manter o 3-4-3 que já estava implementado no Sporting, evitando alterações táticas de última hora e focando-se em consolidar as dinâmicas da equipa, com vista a entrar a ganhar no importante jogo contra o Benfica.