Depois do empate diante do PSV, no início de outubro, o Sporting voltou às vitórias na Liga dos Campeões, esta terça-feira, em casa do Sturm Graz, por 0-2, chegando assim aos sete pontos na competição.

Nuno Santos e Viktor Gyokeres marcaram os dois golos leoninos, mas o jogo acabou por ficar marcado pelas decisões arriscadas de Rúben Amorim, quer no onze inicial, onde fez várias mexidas inesperadas, quer aos 70 minutos, quando lançou dois jogadores vindos de lesão.

«Vitória convincente»

Não diria facilitada, mas fomos maduros e demos um passo, comparando o jogo do ano passado, contra equipa quanto a mim melhor. Tivemos comportamento mais parecido com o que temos muitas vezes no nosso campeonato, começou por analisar Rúben Amorim aos microfones da Sport TV.

O treinador do Sporting elogiou a exibição da sua equipa, considerando que foi uma «vitória convincente». Falhámos muitos golos, não demos grandes oportunidades ao nosso adversário, cumprimos nas bolas paradas, eles batiam muito bem as bolas paradas e eram muito agressivos, mas nós também fizemos o nosso trabalho. Mesmo com a gestão na defesa, o Esgaio esteve muito bem, toda a gente muito concentrada no plano de jogo, e acho que os jogadores estão de parabéns, porque foi vitória convincente, acrescentou.

Adaptação do Maxi Araújo

Rúben Amorim explicou ainda as constantes indicações ao uruguaio Maxi Araújo durante o jogo: As características do jogo adequavam-se… Como tem características parecidas à do Nuno Santos, juntaram-se no corredor e criaram muitos dificuldades, com muitas roturas, pareciam dois extremos, sempre a jogar ao pé um do outro, essa era a ideia, mas defensivamente, às vezes, é complicado. Jogadores como o Trincão, o Pote, ou o Paulinho, o ano passado, mesmo que mudassem o posicionamento, adaptavam-se rápido e nós temos que ajudar o Maxi mais nesse aspeto [do posicionamento].

Gestão de substituições

Quanto às substituições, Amorim explicou que a entrada de Pedro Gonçalves e St. Juste, vindos de lesão, serviu para «manter o ritmo do jogo». O Maxi estava bem, mas queríamos não só dar minutos ao Pote, queríamos as características do Pote. O jogo ia ficar partido, o Pote é inteligente na movimentação e forte junto à baliza, e foi juntar isso, entrou também o Morita, refrescámos muito o lado esquerdo e acabou por correr bem, vincou.

O técnico leonino negou que a saída de Debast se tenha devido a qualquer problema físico, explicando que a opção de lançar Matheus Reis se deveu apenas à gestão do plantel.

Domínio e Eficácia

Rúben Amorim voltou a surpreender no onze inicial e lançou várias surpresas, sendo que a maior delas, sem sombra de dúvida, foi a inclusão de Ricardo Esgaio. O lateral, que tem tido poucos minutos de utilização esta época, foi escolhido para permitir uma linha de quatro defesas, segundo explicou o treinador leonino antes do início do encontro, enquanto que Maxi Araújo e Geny Catamo assumiram a função de extremos.

Os 70% de posse de bola conseguidos pelos leões na primeira parte são mais do que suficientes para se perceber o claro domínio, aliado a mais de 10 tentativas de golo, ainda que só uma delas tenha tido o desfecho desejado.

Geny Catamo fez mais uma das arrancadas a que já nos habituou e, em posição ideal para cruzar, entregou a bola a Viktor Gyokeres, que não conseguiu desviar. A bola, um tanto ou quanto enrolada, chegou com felicidade a Nuno Santos, que fez de pé esquerdo atirou para o 0-1.

Gyokeres brilha

Os leões continuaram dominadores na segunda parte e não foi preciso esperar muito para que se voltasse a gritar golo. Viktor Gyokeres, que antes desperdiçara a oportunidade de marcar, mostrou por que motivo é considerado uma estrela e 'bailou' que nem um dançarino na grande área do conjunto austríaco. O sueco só parou quando viu a baliza 'aberta' e, aí, atirou forte para o 0-2.

Dificuldades finais

Aos 56', Amorim decidiu mexer pela primeira vez na equipa e lançou Matheus Reis, para o lugar de Esgaio. O Sturm Graz, pouco depois, fez exatamente o mesmo, com alterações que produziram efeitos e que acabariam por encostar os leões 'às cordas' nos minutos finais.

A 20 minutos do fim, Pedro Gonçalves e St. Juste voltaram aos relvados depois das lesões que ambos sofreram e foi nesse período que o Sporting sentiu maiores dificuldades. O conjunto austríaco sobrepôs-se e foi por pouco (muito pouco) que não conseguiu chegar ao golo.

Classificação e destaques

O resultado já não se alterou e o Sporting saiu mesmo da Áustria com os três pontos, que assim permitem uma subida provisória ao terceiro lugar da tabela. O Sturm Graz, por outro lado, continua sem conseguir pontuar.

Viktor Gyokeres (nota 8) foi o grande destaque do encontro. O internacional sueco, que até começou por falhar o que parecia fácil no lance que deu origem ao primeiro golo, protagonizou um festival ofensivo, marcando um golo e criando várias oportunidades. Defensivamente, também esteve muito empenhado, sendo utilíssimo no jogo aéreo.

Debast (nota 8) fez uma exibição de luxo, mostrando-se seguro na antecipação, no jogo aéreo e na forma como lançava os colegas com passes verticais. O central belga adaptou-se rapidamente ao Sporting e tornou-se no patrão da defesa.

Trincão (nota 8) também se destacou pela positiva, com uma exibição em que se mostrou sempre a tentar quebrar linhas e a dar-se à recuperação da bola. Faltou-lhe apenas o golo que tanto procurou.