A Torcida Verde, claque oficial do Sporting, emitiu uma carta aberta dirigida a todos os partidos políticos na reta final da campanha eleitoral para as eleições legislativas marcadas para 10 de março de 2024. Nesta carta, a claque destaca a falta de debate em torno de questões relevantes para os espectadores de futebol e eleitores, considerando que existem temas que não foram abordados durante os últimos 15 dias de campanha.
Uma das principais reivindicações da Torcida Verde diz respeito à utilização de tarjas nos estádios, que atualmente estão limitadas a dimensões inferiores a 1m/1m devido à legislação em vigor. Num contexto histórico, a claque faz referência à final da Taça de Portugal de 1969 no Estádio Nacional, onde estudantes de Coimbra levaram faixas reivindicativas, destacando a restrição atual como uma violação da liberdade de expressão que era tão valorizada após o 25 de Abril.
Mensagem de Transparência e Defesa dos Direitos dos Adeptos
A Torcida Verde também destaca a sua luta pela transparência no futebol português, abordando temas como o protagonismo dos agentes dos futebolistas, os fundos de investimento, os interesses televisivos, os horários dos jogos e os preços dos bilhetes. Criticam a portaria 159/2020 que introduziu o Cartão Adepto e setores segregativos nos estádios, contribuindo para uma visão mercantilista do desporto e militarização dos recintos desportivos.
Desafio à Proibição de Bandeiras e Faixas nos Estádios
Na carta aberta, a Torcida Verde lança um desafio aos partidos políticos participantes das eleições, questionando a proibição de bandeiras e faixas com dimensões superiores a 1m/1m nos estádios desportivos. Destacam a importância da liberdade de expressão e afirmam que os recintos desportivos sempre foram espaços de afirmação popular, criticando a postura censuratória atual que impede a manifestação da identidade clubística e de causas universais pelos adeptos.
Denúncia da Comercialização da Bilhética e Apelo à Transparência
A Torcida Verde denuncia a comercialização da bilhética a grupos empresariais, resultando na mistura de adeptos rivais nos estádios, em contraste com o argumento securitário das entidades desportivas. Alertam para a conjuntura degradante nos estádios portugueses, comparando com a realidade de outros países da União Europeia. Reafirmam o compromisso com a transparência e a defesa dos direitos dos adeptos, destacando a importância da liberdade de expressão e da luta por um futebol mais justo e inclusivo.