O delicioso primeiro lugar de Diogo Ribeiro nos 50 metros mariposa dos Mundiais de natação volta a colocar em cima da mesa a urgência de cuidar do Desporto em Portugal. Algo tem sido feito, por certo, dado que atualmente o País obtém resultados em disciplinas técnicas que há quatro ou cinco décadas eram território tabu, restando-nos o consolo de um brilharete ou outro no futebol e de altos brilhos nas corridas de fundo e meio fundo.
Presidente da República e primeiro-ministro felicitaram o nadador português, como é de bom tom. Não me parece sequer que se trate de hipocrisia, como por vezes se quer fazer crer.
Aproveite-se, porém, esta atenção dos políticos para, a menos de um mês de eleições legislativas, lhes exigir ação para lá das vagas propostas eleitorais.
O Desporto de alto rendimento é apenas o topo de uma pirâmide que devia ter uma base muito larga. Só que não tem: Portugal está na cauda dos países europeus em matéria de prática desportiva por parte dos seus cidadãos. O Instituto Português do Desporto e da Juventude tem inscrito como desígnio colocar o País no top-15 deste indicador até 2023. O programa eleitoral do PS, aliás, refere esse ponto.