Em 2020, Rúben Amorim conquistou a Taça da Liga como treinador do SC Braga, dando início a uma nova fase na sua carreira. Diogo Viana, atual capitão do Trofense e antigo jogador do Braga na época em questão, recordou a temporada em que Amorim assumiu o comando da equipa principal.
"Era um balneário muito bom e uma equipa super unida. Nesse ano, passámos por vários treinadores e depois é que veio o Rúben Amorim, que chegou poucas semanas antes da Taça da Liga. Nós já tínhamos ouvido falar muito bem do trabalho do mister na equipa B. Já lidávamos com ele ali, em certa parte. Trabalhávamos lado a lado e os feedbacks que davam dele eram mesmo muito bons. Tinha a escola do Jorge Jesus, trabalhava muito bem e impôs o seu futebol. Ele trabalhava muito bem a equipa na escolas paradas, que é sempre um fator crucial nos jogos. Tinha muito essa escola do mister Jorge Jesus e, quando chegou, foi realmente isso que ele que incutiu. Foi muito bem recebido da nossa parte e nós por ele também", revelou Viana.
Amorim guiou o Braga até à vitória na final da Taça da Liga contra o FC Porto. Para Viana, todos os jogos eram encarados como finais devido ao trabalho minucioso do treinador na análise dos adversários.
"Qualquer jogo é como se fosse praticamente uma final porque ele trabalha e analisa o adversário ao pormenor, seja contra a equipa que está em último lugar no campeonato ou a equipa que está em primeiro lugar. Encarámos tudo com muita tranquilidade, era como se fosse um jogo de campeonato. Não pensámos nisto como se fosse uma final na qual tínhamos um título a ganhar. Claro que todos lá dentro queríamos muito vencer e foi um sentimento muito bom. Foi um dos dias mais felizes da minha vida", recordou o jogador.
Pouco tempo após a conquista, Rúben Amorim foi contratado pelo Sporting numa transferência polémica. No entanto, o valor pago pelo treinador não colocou dúvidas no plantel do Braga sobre a qualidade de Amorim.
"Com poucas semanas de trabalho, percebemos a dimensão de treino do mister Rúben. É o melhor treinador que apanhei na carreira. É muito inteligente, tem uma análise aos adversários extraordinária e nós, claro, ficámos tristes porque sabíamos que, com ele, ganharíamos muito. Ficámos tristes porque tínhamos acabado de ganhar um título com ele, mas percebemos completamente. Vejo o trabalho que está a fazer no Sporting sem qualquer surpresa, ele tem muita qualidade", afirmou Viana.
A passagem de Rúben Amorim pelo SC Braga deixou uma marca nos jogadores que atuaram sob o seu comando. Diogo Viana partilhou algumas histórias, como a de Francisco Trincão, que se tornou titular após um incentivo bem-humorado de Viana.
"Ele raramente jogava. Ele entrava esporadicamente nos jogos, mas era miúdo ainda. Entendia que ainda não tinha provado o seu valor, ao contrário do que fazia nas seleções jovens. Era um jogador com um potencial enorme, mas precisava da oportunidade dele para se mostrar. Recordo-me perfeitamente disto. Num almoço de equipa, em que estávamos todos juntos, eu disse ´Mano, para jogares tens de beber sangria. Trincão, vais começar a jogar´. Isto foi a uma quarta-feira e nós tínhamos jogo de apresentação com o Mónaco. O Trincão foi titular nesse jogo, fez uma exibição extraordinária e nunca mais saiu. Foi vendido por 30 milhões de euros. Eu bem disse ´Mano, para começares a jogar e para rebentares com eles, tens de beber sangria´", contou Viana.
Agora, com o reencontro entre Braga e Sporting na meia-final da Allianz Cup, Diogo Viana deseja que seja um bom duelo e espera que ambos os clubes tenham sucesso nesta temporada.