Num campeonato tão exigente como o português, é fundamental que os valores e comportamentos sejam valorizados e respeitados. No entanto, nos últimos tempos, temos assistido a situações lamentáveis que mancham a imagem dos clubes e do futebol em geral. Provocações, desrespeito institucional e comportamentos inaceitáveis têm sido recorrentes, o que levanta a questão: onde está a ética no futebol?
As relações entre o FC Porto e o Sporting têm sido especialmente conturbadas. No último jogo entre as duas equipas, houve mudanças de critérios no VAR e no árbitro, além de provocações sistemáticas do banco leonino. Para piorar, o presidente do Sporting não cumpriu a promessa de receber exemplarmente os adversários e as relações entre os clubes pioraram ainda mais.
É triste ver que o futebol português perdeu parte da convivência entre os presidentes, que outrora alimentavam o futuro do jogo. Hoje, temos referências sem a sobriedade necessária em cargos de responsabilidade e árbitros que mudam de critérios a cada semana, alimentando ódios e conflitos desnecessários.
É importante lembrar que a imparcialidade e a ética fazem parte do jogo. Como adeptos e jornalistas, devemos ser imparciais e analisar todas as circunstâncias antes de formar uma opinião. O futebol de qualidade e reconhecimento de valores pode ser um contributo essencial para um diálogo saudável entre os adeptos de todos os clubes.
No entanto, para isso, é preciso que as instituições e as pessoas envolvidas no futebol sejam substituídas por outras com princípios e coerência. É importante que as entidades do futebol se aproximem e corrijam o que está errado, colocando o desenvolvimento competente nos eixos.
O futebol português precisa de uma mudança de mentalidade. É necessário que todas as partes envolvidas - jogadores, treinadores, árbitros e dirigentes - trabalhem em conjunto para definir regras e objetivos imparáveis, visando um futebol de excelência.
A nomeação de Domingos Paciência como Diretor Técnico da Liga foi um passo na direção certa. Paciência sempre foi exemplo do futebol arte que tanto admiramos e agora tem a oportunidade de aproximar todos os intervenientes do jogo, desvalorizando o futebol falado e atraiçoado.
Chega de fanatismos, provocações e comportamentos inaceitáveis. É hora de colocar o futebol português no caminho do respeito, do diálogo e do desportivismo tolerante. Afinal, o dirigente desportivo é também um formador de valores da sua região.