Bruno Costa, médio do Nacional e antigo jogador do FC Porto, concedeu uma entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, onde abordou diversos temas, desde a sua passagem pelo FC Porto, a admiração por Sérgio Conceição, a emoção pela perda de Pinto da Costa e a ambição de regressar ao estrangeiro.

Confiança em Sérgio Conceição

O médio começou por falar sobre a possível ida de Sérgio Conceição para o AC Milan, mostrando-se confiante no sucesso do treinador português: “as mudanças podem ser sempre complicadas, ele certamente que está a tentar incutir as ideias dele, dependendo dos grupos. Acredito que, com tempo ele possa conseguir”, afirmou Bruno Costa.

Relação com Sérgio Conceição

Bruno Costa não poupou elogios a Sérgio Conceição, destacando o impacto positivo que o técnico teve na sua carreira: “A minha relação com o Sérgio, tanto pessoal como profissional, teve muitos altos e baixos, é um excelente treinador, na minha opinião, até faz um pouco de falta ao FC Porto. É um treinador que tenta extrair o máximo dos jogadores”, referiu. O jogador do Nacional realçou ainda a importância dos ensinamentos de Conceição: “Deu-me muitos conselhos, mas o que eu mais levei dele foi a capacidade que ele tem de meter os jogadores a dar sempre o máximo, a intensidade do futebol que as equipas dele praticam e a capacidade que ele me deu de melhorar bastante a minha intensidade”.

Regresso ao FC Porto

Questionado sobre um possível regresso ao FC Porto, Bruno Costa foi claro: “Sim, sem dúvida. Eu voltava ao FC Porto sem pensar duas vezes”. O médio explicou a sua saída do clube: “É o futebol… Comecei no FC Porto aos 11 anos, foi muito tempo lá, a primeira vez que saí foi para o Portimonense, para ter mais minutos e mais experiência de I Liga, mas são coisas de futebol. Os mercados mexem e, nessa altura, foi o momento de sair, e os mercados existem para isso”.

Homenagem a Pinto da Costa

Bruno Costa recordou com emoção a figura de Pinto da Costa: “Muito triste. Fui para o FC Porto aos 11 anos, mas eu já nasci portista. Sou sócio do FC Porto e portista. Foi um momento complicado, uma excelente pessoa e o melhor presidente do mundo, que faleceu e, sem dúvida, um momento muito triste para mim e para todos os portistas”. Acrescentou ainda um conselho que recebeu: “Eu não falei muito com ele, mas estive com ele muitas vezes, e é uma pessoa que, só pela sua presença, já ajudava, já ensinava. Uma pessoa que respeito muito”.

História Curiosa

O médio partilhou ainda uma história curiosa com o antigo presidente do FC Porto: “Lembro-me de um momento com ele, não me lembro em que jogo foi, mas estava empatado até ao fim e ganhámos nos descontos. Eu estava na bancada, depois do jogo estava a ir para junto da equipa e cruzei-me com o presidente no elevador. Eu estava nervoso pelo jogo e pela forma como tudo aconteceu, visto que tínhamos ganho no último minuto, e ele virou-se para mim e disse 'Estavas nervoso?', mas com muita calma, e eu tenho noção de que era uma pessoa que se enervava muito, porque sentia muito o clube. Disse-lhe que estava, ao que ele me responde 'O jo”.

Época no Nacional e Ambições Futuras

Sobre a atual época no Nacional, Bruno Costa mostrou-se satisfeito: “No plano geral, está a ser uma boa época, uma época interessante, difícil, como são todas, na I Liga, mas estamos a conseguir focar no nosso objetivo, a mantê-lo de pé, e é nisso que estamos a trabalhar, todos os dias. Se o campeonato acabasse hoje, tínhamos conseguido esse objetivo e é nisso que pensamos”. O jogador falou sobre experiencia no estrangeiro: “A experiência no Valenciennes não foi a mais feliz, não me consegui adaptar muito bem, mas é uma coisa que está na minha cabeça. Gostava de, um dia, poder voltar ao estrangeiro”. E futuro: “Isso, depois, no mercado de transferências, é que se vê. Agora, tenho mais um ano no Nacional, é nisso que estou focado e, depois, quando o mercado estiver ativo e surgir alguma coisa, todas as partes envolvidas falarão”.

Vitória Especial e Treinadores Marcantes

A vitória sobre o FC Porto, esta época, foi especial: “Toda a gente sabe que eu gosto muito do FC Porto, mas, dentro de campo, é diferente. Tenho de me focar no meu trabalho, sou profissional e fizemos o nosso trabalho. Na minha opinião, foi o ponto alto da nossa temporada, foi uma excelente vitória contra uma equipa extremamente difícil e que, de certa forma, nos deu muita confiança para o que vem depois”, confessou. Bruno Costa finalizou a entrevista falando dos seus objetivos: “Sinceramente, tento-me focar muito no meu presente, porque ainda tenho de melhorar muito, todos os dias, em dar o meu melhor, fazer o meu melhor. O futuro será o que será e, depois, no mercado de transferências, vamos ver o que aparece, e vou definir o que é melhor para mim e para a minha família, porque nunca os ponho de parte”. E sobre os treinadores que mais o marcaram referiu: “Vou dizer dois. O mister António Folha e o mister Pepa. O primeiro, apanhei muito tempo, no FC Porto, desde a formação à equipa B. É muito meu amigo, toda a família, é uma pessoa com quem me dou mesmo bem e que admiro muito. O segundo, pela época fantástica que tivemos no Paços de Ferreira, para mim, a minha melhor temporada, dentro e fora de campo, foi uma época muito feliz e que sinto falta dela. Foram os que mais me marcaram”.