Novos desafios na Serie A
Enfrentar a barreira linguística, adaptar-se às diferenças entre campeonatos e ajustar-se a novas rotinas são desafios inevitáveis para quem deixa a liga portuguesa em busca de novos patamares. Mudanças significativas acompanham este percurso, por vezes atribulado e pautado por altos e baixos.
O zerozero esteve à conversa com Dani Silva, médio português que deixou o Vitória SC em janeiro, ao fim de cinco épocas e meia, e rumou ao emblema italiano Hellas Verona. Na primeira parte desta entrevista, o centrocampista de 24 anos retratou a chegada à Itália, os novos desafios que enfrentou na Serie A e a saída «atribulada» de Guimarães.
Adaptação rápida a Itália
Está a correr bem, é uma experiência totalmente diferente. Quando estava em Portugal, pensava que o futebol seria igual em toda a parte do mundo, mas notam-se essas diferenças mesmo dentro da Europa. Aqui, em Itália, é muito mais físico e mais tático. É normal que um jogador precise de mais tempo para se ambientar, para se adaptar ao sistema da equipa e ao funcionamento do campeonato, explicou Dani Silva.
O médio português revelou que a adaptação à nova realidade foi «muito rápida», destacando que Itália é «muito parecida a Portugal» e que Verona é uma «cidade muito bonita, com muitos turistas e o tempo é bastante agradável». No entanto, a nível futebolístico, Dani Silva notou algumas diferenças, principalmente em termos de «intensidade» nos jogos e nos treinos.
Saída abrupta do Vitória SC
Foi duro, mas o futebol é mesmo assim. Continuo a acompanhá-los, sempre, garantiu Dani Silva sobre a sua saída do Vitória SC. O jogador admitiu que foi «duro» e que não estava à espera de sair naquele momento, tendo tido de tomar a decisão em «dois ou três dias». O médio referiu que nem se conseguiu «despedir dos meus colegas, nem da equipa técnica».
Diferenças entre a Primeira Liga e a Serie A
Em Portugal, existe um futebol muito técnico, cá em Itália até dizem que é um futebol muito parado, que há tempo para tudo. Na Serie A, as equipas estão sempre a pressionar e apostam frequentemente na marcação homem a homem. Nós também já jogámos assim e aplicámos a pressão no campo todo, explicou Dani Silva.
O médio português salientou ainda que o campeonato italiano é «muito imprevisível e muito defensivo também», ao contrário da liga portuguesa, onde «não se vê tanto essa parte física».
Adaptação ao Hellas Verona
Sobre a sua adaptação ao Hellas Verona, Dani Silva reconheceu que foi «uma chegada muito repentina», tendo tido de se adaptar «o mais depressa possível, a quatro meses da época terminar». Apesar disso, o jogador considera que a sua adaptação foi «positiva», tendo conseguido «ajudar a equipa no que precisavam e conseguimos o objetivo maior, que era a manutenção».
Dani Silva partilhou balneário com o compatriota Rúben Vinagre na época passada, revelando que o lateral-esquerdo «foi muito importante» e que «se tornou um grande amigo do mundo do futebol». O médio português admitiu que Vinagre o «ajudou imenso, não só a mim como à minha namorada» e que a «ambientação foi mais fácil» com a sua ajuda.
Balanço da época e objetivos
Sobre o início de época do Hellas Verona, Dani Silva fez um «balanço positivo», apesar de reconhecer que «podia ser ainda melhor». O médio português admitiu que a equipa tem «muita qualidade», mas que «nota-se que falta alguma experiência em momentos do jogo».
Para o que resta da época, Dani Silva pretende «continuar a fazer o que tenho feito até agora», trabalhando «todos os dias no máximo para melhorar como jogador». A nível coletivo, o objetivo do Hellas Verona é «simples: passa por manter-se no primeiro escalão».