César Peixoto, treinador do Gil Vicente, não escondeu o seu descontentamento após a derrota por 2-1 contra o Benfica, afirmando que a sua equipa foi superior. Ele expressou confiança na capacidade do seu time, enfatizando: “Trabalhámos todos os dias para jogar desta forma, seja contra quem for. Acredito muito no que fazemos, na minha equipa. Sabíamos que tínhamos capacidade para virmos aqui e sermos superiores ao Benfica como fomos, em toda a linha. O resultado é injusto, a melhor equipa, a equipa que mais criou, que teve mais remates, mais cantos, mais ocasiões de golos... fomos nós.”
O treinador destacou a qualidade do seu time e o esforço que colocaram em campo: “Acabei de dizer aos meus jogadores, no balneário, que tenho muito orgulho em ser treinador deles. Tenho muito orgulho do que temos feito, da qualidade, da personalidade, da organização, de tudo o que fizemos num campo difícil. O Benfica não conseguiu ser a equipa que pode ser, nem com bola nem sem bola, por muito mérito nosso.”
Preparação Meticulosa
Peixoto afirmou que o Gil Vicente analisou o Benfica da mesma forma que analisou outras equipas, evidenciando a preparação meticulosa: “Analisámos o Benfica da mesma forma que analisámos as outras equipas. Vemos onde podemos procurar o espaço, onde podemos manipular para termos mais tempo de bola, que é o nosso ADN. Defendemos muito bem os pontos fortes do Benfica, que são muitos. Fomos uma equipa muito completa, como temos sido.”
Ele também comentou sobre a necessidade de respeito pela sua equipa no contexto desportivo: “É uma falta de cultura desportiva o que aconteceu na conferência de imprensa do mister José Mourinho. Não houve uma pergunta relacionada com o Gil Vicente. O Gil Vicente é um clube centenário, que merece respeito. Em Portugal não existem apenas Benfica, FC Porto e Sporting. Existem outras equipas que fazem bom trabalho, que estão a crescer, que mostram qualidade e valorizam o espetáculo.”
Foco na Próxima Partida
O foco agora de Peixoto é continuar a trabalhar sem se deslumbrar e preparar a próxima partida: “É jogo a jogo. Sabemos de onde viemos e onde queremos ir. No ano passado garantimos a manutenção nos últimos jogos. Este é como se fosse o ano zero. Construímos uma boa equipa, dois jogadores por posição, jogadores jovens, com muita qualidade. Mas sei qual é o caminho que quero e em que os meus jogadores acreditam: jogar de igual para igual contra quem for.”
Ele acrescentou: “Vamos preparar o Estrela da mesma forma que preparámos o Benfica, sem deslumbrar, humildes e trabalhadores. No final, fazemos as contas.”
Reflexões de José Mourinho
Em contraste, José Mourinho falou da sua relação com Peixoto e como assistiu à sua evolução desde que era jogador. Ele destacou uma experiência marcante: “Ele tinha 21 anos. Como todos os jogadores de 21 anos, tinha defeitos e ele próprio reconhece que este é um período completamente diferente da vida dele. Falei com ele antes do jogo.”
Mourinho também mencionou a sua experiência em relação a lesões: “O curioso é que estive na operação dele ao ligamento cruzado e isso ajudou-me muito no futuro. Comecei a ser muito mais equilibrado.”
Necessidade de Ajustes
O treinador dos encarnados sublinhou a necessidade de dar tempo aos seus jogadores: “Os jogadores precisam um bocadinho de tempo. Quando se usava aquela expressão da chicotada psicológica, eu digo a chicotada metodológica. Precisamos de trabalhar de maneira diferente e de tempo.”
Ele destacou a falta de pré-temporada como uma das dificuldades: “As pré-épocas são feitas para dar base. Eu não a fiz nem o Bruno [Lage] fez. É uma equipa com muita gente nova.”
Cansados e em Transição
Mourinho analisou o estado físico da equipa: “A equipa está muito cansada. O Aursnes é 'pau para toda a obra'. Nos últimos dois jogos teve muitas dificuldades.”
Ele também se referiu à necessidade de ajustes na equipa: “Nem sei quantos minutos tem. Não entrou o [Gonçalo] Moreira, por quem tenho um fraquinho. Mas o jogo não estava para ele.”
Conclusão sobre a Dinâmica do Futebol
A diferença nas abordagens de Peixoto e Mourinho ilustra bem a dinâmica do futebol em Portugal, onde as expectativas e a realidade muitas vezes se cruzam de formas inesperadas. Após um jogo que terminou com um resultado controverso, este confronto deixou uma marca importante em ambos os treinadores.