A 20.ª sessão do julgamento da Operação Pretoriano trouxe à luz controvérsias profundas sobre a ata da Assembleia Geral, conforme revelado por José Manuel Santos, membro da MAG. Santos destacou que as atas eram sempre produzidas muito perto da AG seguinte, nunca logo a seguir. “Quando fomos chamados a reunir para assinar a ata, ainda não a tinha entregado, quando me deparei, para nossa surpresa, com uma ata produzida por Lourenço Pinto. Era sintética, ocultava factos desagradáveis e nós não nos revíamos com aquele documento,” confidenciou. Esta afirmação levanta questões sobre a transparência nas reuniões de alto nível e a responsabilidade dos líderes em comunicar com precisão.
A situação deteriorou-se quando Santos mencionou pressões para aprovar a ata, afirmando que “Lourenço Pinto não se apercebeu de várias das coisas que se passaram. Acredito que essa divergência não fosse intencional, mas sim de perceções devido à sua idade. Ele tem problemas de audição, pode não ter notado alguns acontecimentos.” Este comentário sugere que a falta de atenção pode ter contribuído para a controvérsia, levando Pinto a deixar a sala e ameaçar demitir-se. Santos descreveu como tiveram de “partir pedra para chegar a acordo.”
Controvérsias e Críticas
O ex-presidente do Conselho Fiscal do FC Porto, Jorge Guimarães, responsabilizou Lourenço Pinto, afirmando que ele fez uma intervenção ao abrir os trabalhos que continha críticas. “Lourenço Pinto, na abertura dos trabalhos, fez uma intervenção, criticando o que considerei palavras desagradáveis para com os membros, dizendo que 'era irracional, não tinha lógica e sustentação jurídica, que uma revisão estatutária só entrasse em vigor após o ato eleitoral.'” Essa troca acalorada culminou em uma proposta que, segundo Guimarães, foi aceita por uma maioria esmagadora do Conselho Superior, mas não sem descontentamento.
No entanto, o clima de tensão não se limitou a estas declarações. Fernando Gomes, antigo vice-presidente e administrador da SAD do FC Porto, também depôs e ilibou Pinto da Costa e a restante direção pelos estatutos que iriam ser votados naquela AG. “A Administração considerava que a revisão estatutária dizia respeito apenas ao clube. Nunca tive qualquer participação, nem fui consultado. Não estudei os estatutos minimamente, só comecei a verificar alguma coisa pela Comunicação Social por causa do alarido que surgiu. Recordo que o então presidente era contra alguns desses estatutos, sempre disse que era inoportuno,” afirmou Gomes, ilustrando a confusão reinante.
Ambiente Confuso na Assembleia Geral
Gomes também recordou o ambiente durante a AG no Dragão Arena, descrevendo-o como confuso, mencionando que “o discurso de Pinto da Costa, mas é complicado avaliar as reações, dado o ruído presente.” É claro que os eventos da AG e as suas repercussões continuam a gerar debates e desentendimentos. A falta de consenso entre os membros e as dificuldades de comunicação levantam preocupações sobre o futuro da governança no clube.
As revelações na 20.ª sessão do julgamento da Operação Pretoriano destacam a importância da transparência e da responsabilidade nas assembleias. O papel de líderes como Lourenço Pinto e as suas decisões na documentação de atas são agora alvo de escrutínio, com implicações significativas para a confiança dos membros do clube.