Na recente Assembleia Geral do FC Porto, a tensão era palpável. Bruno Branco, chefe da PSP e ex-amigo de Fernando Madureira, declarou que os desacatos na reunião não foram um acaso, mas sim um ato premeditado. “Por mensagens, no dia anterior, disse ao Fernando [Madureira] que só ia fazer com que a Assembleia Geral fosse impugnada. Disse-me que não havia hipótese, que ia partir aquilo ao meio, haveria ‘porrada’ e a proposta teria de passar,”
relatou.
Esta afirmação chocante evidencia um clima de medo que permeou a assembleia. O mesmo Bruno Branco aconselhou André Villas-Boas a não participar no evento, destacando o potencial de violência: “[...] por considerar que a presença do atual líder dos 'dragões' poria em causa a sua 'integridade', provocando um cenário ainda mais crispado.”
Tensões na Assembleia Geral
As tensões foram exacerbadas por figuras como Vítor Catão, identificado como um dos principais instigadores. O depoente relatou um episódio em que Catão impediu a entrada de jornalistas no Estádio do Dragão. “O telemóvel dele tocou e era Lourenço Pinto, então presidente da Mesa da Assembleia Geral. Ele colocou o telefone em alta voz e começou a berrar, a dizer que nós [apoiantes de Villas-Boas] não podíamos estar ali,”
afirmou Bruno Branco, detalhando a amplitude do controle e da pressão exercida sobre aqueles que se opunham ao grupo dominante.
A situação legal de Fernando Madureira intensifica o drama. O advogado de Madureira, Miguel Marques de Oliveira, pleiteou a libertação do seu cliente, afirmando que este não constitui perigo
e que “a prova da acusação pública já está produzida”
. Entre as acusações, incluem-se 19 crimes de coação e ameaça agravada, que vão desde ofensas à integridade física até atentados à liberdade de informação, todos no contexto de eventos relacionados com a AG do FC Porto.
Liberdade e Pressão
As separações entre os arguidos também revelam as dinâmicas internas do processo, onde Fernando Madureira é o único que ainda se encontra em prisão preventiva. “Entre a dúzia de arguidos, Fernando Madureira é o único em prisão preventiva, a medida de coação mais forte, enquanto os restantes foram sendo libertados em diferentes fases,”
informou uma fonte.
No potencial desfecho deste caso, a decisão sobre a libertação de Madureira está prevista para ser anunciada ainda hoje. Esta decisão poderá impactar não apenas o futuro do ex-líder dos Super Dragões, mas também o desenrolar da própria situação legal, com profundas implicações para o FC Porto e seus adeptos.
Repercussões Futuras
As repercussões deste julgamento podem ressoar muito além das paredes do Tribunal de São João Novo, à medida que a narrativa de violência e controle no desporto português se desenvolve. A situação não só reflete o estado atual do FC Porto, mas também gera questões sobre a segurança e a integridade nas assembleias de clubes desportivos em Portugal.
O desfecho deste processo não é apenas crucial para os envolvidos, mas também terá um impacto significativo na relação entre os adeptos e a direção do FC Porto, num momento em que a tensão já era um tema central entre os apoiantes da equipa.