O treinador argentino do FC Porto, Anselmi, partilhou recentemente a sua visão sobre a mística do clube durante a sua participação no Mundial de Clubes. Ele afirmou: ““O FC Porto é especial por causa das suas gentes. Aqui somos todos portistas e ser portista não se resume a defender o emblema que trazemos ao peito, nós representamos uma cidade e lutamos por uma região. Isso faz com que o clube seja muito especial, porque estamos a defender boa parte da população portuguesa.””
Esta profunda ligação entre o clube e a sua base de adeptos é, segundo Anselmi, o que torna o Porto uma referência no futebol mundial.
Anselmi sublinha que a identidade portista é reforçada pelo sentimento comunitário que envolve os adeptos. ““A par disso, também somos um clube com alguns dos maiores feitos na história do futebol: ganhámos títulos internacionais ao mais alto nível e todos os troféus nacionais. É um clube pelo qual já passaram os maiores treinadores e jogadores e tem uma história rica.””
Esta rica herança contribui para a forte mística que rodeia o FC Porto, fortemente enraizada nas memórias e emoções dos seus ex-jogadores e treinadores.
A Ligação Emocional
Anselmi partilha ainda que todas as pessoas que passaram pelo FC Porto, ou pelo menos aquelas com quem falou, mencionaram que o clube possui um lugar especial nos seus corações. ““Acho que é por isso que o FC Porto é tão especial.””
Este forte elo emocional ajuda a cimentar a posição do clube no coração de muitos.
Ele reitera a importância das memórias positivas e como estas influenciam a dedicação dos adeptos a longo prazo. O compromisso dos adeptos é alimentado por histórias e sucessos que fazem parte da rica tapeçaria do clube.
A Universalidade do Futebol
Anselmi explora também como o futebol cria laços entre as pessoas, afirmando: ““Não sei se o futebol une o mundo. Creio que une as pessoas, porque para jogar futebol basta ter um objeto redondo.””
Ele recorda que, no seu país, as balizas eram muitas vezes improvisadas com sapatilhas ou garrafas, permitindo que as pessoas jogassem e interagissem.
Estas palavras refletem a simplicidade e a universalidade do futebol, que transcende barreiras geográficas e culturais. Na América do Sul, o futebol tem um poder único de unir não só adeptos, mas também jogadores, conforme Anselmi observa.
Apaixonados pelo Desporto
Além disso, o treinador expressa a sua curiosidade sobre outras modalidades desportivas populares, particularmente o futebol americano. Ele diz: ““Não assisto muito. Gostava de saber mais sobre futebol americano, porque quando estava no México vi bem a paixão com que vivem a modalidade.””
A maneira como os americanos se dedicam a eventos como o Super Bowl fascina-o.
Anselmi considera o futebol americano um desporto muito tático e envolvente, e expressa o desejo de aprender mais sobre o mesmo. Ele também menciona a NBA como o desporto americano mais popular, referindo-se a atletas lendários como Michael Jordan como ícones dos valores do desporto.
Racismo no Desporto
Num tema mais sensível, Anselmi aborda o racismo no desporto, afirmando: ““Venho de um país onde vivem pessoas de diferentes culturas e onde o racismo poderia ser uma realidade, mas nunca senti isso.””
Ele partilha a sua experiência de nunca ter presenciado situações de racismo, apesar de ser uma questão presente em muitos contextos.
Consciente dos efeitos nocivos do racismo, Anselmi declara: ““O futebol serve para unir e o racismo desune.””
Ele destaca a importância de todos no futebol, sejam adeptos, jogadores ou árbitros, compreenderem que o racismo é um retrocesso e que devemos trabalhar coletivamente para erradicá-lo do desporto.
A Responsabilidade Coletiva
O treinador sublinha que a responsabilidade de combater o racismo recai sobre todos os envolvidos no futebol. ““Podemos parar o espetáculo e dar o exemplo.””
Anselmi defende que, independentemente do papel que cada um desempenha, todos têm o poder e a responsabilidade de agir.
Ele conclui com um apelo à colaboração e ao entendimento mútuo, enfatizando que o futebol deve ser um espaço de inclusão e respeito. ““Temos de falar sobre ele porque ainda acontece, mas o racismo não deveria ter lugar no desporto.””