Esta semana, a lenda do Manchester United, Gary Neville, entrevistou o investidor Jim Ratcliffe, o homem forte do clube, e o resultado foi uma conversa repleta de substância. Como Neville referiu, «as críticas não são encaradas como ataques pessoais ou perseguições a clubes. A crítica é vista como algo natural» em Inglaterra.
Ratcliffe demonstrou exatamente essa postura ao responder às críticas de forma honesta e direta: «Assumiu erros, admitiu fraquezas, abordou a difícil situação financeira do United, foi confrontado e explicou algumas das medidas impopulares que tomou. Apontou um caminho, com convicções e sempre escudado na equipa que, finalmente, conseguiu criar.»
O problema do excesso de gastos
De acordo com Ratcliffe, «se gastas mais do que ganhas nunca poderás ser competitivo. Se gastas mais do que ganhas terás de, constantemente, recorrer a instituições financeiras para cumprires com os teus compromissos.» Este é um problema familiar no futebol português, como ilustram os casos do FC Porto e do Benfica.
Para reverter a situação do United, Ratcliffe assumiu ter tomado «um conjunto de medidas drásticas e impopulares, tais como, o corte das refeições ao staff da academia e do clube, uma vaga de despedimentos ou o aumento dos preços dos bilhetes.» Neville questionou algumas dessas medidas, como o corte de verbas aos ex-jogadores, mas Ratcliffe admitiu que «não tinha pensado nessas sugestões» e reconheceu a necessidade de ter «sensibilidade» para lidar com a história e o legado do clube.
Gestão rigorosa e visão de longo prazo
No final, Ratcliffe deixou claro que «poderia injetar dinheiro no clube para disfarçar os problemas, mas que isso não iria resolver nada.» A gestão rigorosa e a visão de longo prazo são, claramente, a chave para o sucesso do Manchester United.