Regresso da comunhão com os adeptos
Os aplausos voltaram a ouvir-se no Estádio do Dragão, num cenário que pode parecer contraditório. Apesar do empate frente ao Sporting, que mantém o FC Porto numa posição delicada na luta pelo título - a oito pontos do líder -, a ligação entre a equipa e os adeptos parece ter sido revitalizada. Curiosamente, mesmo sem vitórias no plano doméstico em 2025 (à exceção do triunfo ante o Maccabi Tel Aviv na UEFA Europa League), a segunda parte diante dos Leões devolveu esperança e entusiasmo à família azul e branca.
O toque de Midas de Martín Anselmi
Esta mudança deve-se em parte à excecional reação da equipa na 2.ª parte, mas, indubitavelmente, o chamado efeito Martín Anselmi desempenhou um papel crucial. O treinador argentino, com a sua abordagem apaixonada, analítica e cativante, conquistou os adeptos desde a sua chegada. O técnico contratado ao Cruz Azul não só é fiel às suas ideias de jogo, como também demonstra uma serenidade e clareza nas suas explicações que impressionaram os adeptos portistas.
Anselmi vence os adeptos com alma e atitude
Após o clássico, na conferência de imprensa, Anselmi revelou-se meticuloso e entusiasta, quebrando o protocolo rígido. Prolongou a sessão de perguntas dos jornalistas por sua própria iniciativa, talvez sentindo que a introdução de um modelo tático tão inovador merece ser compreendido pelos adeptos. «Terminámos o jogo com dois centrais, dois médios e seis avançados porque primeiro tentámos mudar o perfil dos laterais, que não é o mesmo que atacar com um extremo, e depois, quando eles começaram a pressionar em 5x2x3, começámos a construir com quatro, o Zé (Pedro) e o Djaló, e libertámos o Eustáquio no meio-campo», explicou. Foi com esta abordagem que o FC Porto conseguiu o empate, com um golo de Namaso nos últimos momentos, celebrado com alma pelo treinador, em sintonia com os adeptos nas bancadas.