De acordo com Fernando Gomes, se o FC Porto tivesse aceitado a proposta inicial do Al Nassr no valor de 40 milhões de euros, esse montante teria sido registrado no Relatório e Contas agora divulgado, o que teria atenuado os resultados negativos da contabilidade do clube. No entanto, o internacional português acabou por ser vendido posteriormente por uma verba superior de 60 milhões de euros, mas fora do período referente ao documento apresentado.
Fernando Gomes explicou que houve uma gestão de risco por parte da administração da SAD, utilizando a expressão 'jogo de póquer' para descrever as negociações com o Al Nassr. O objetivo era protelar a venda de Otávio, um jogador valioso do FC Porto, na esperança de obter uma mais-valia maior. No entanto, essa estratégia deliberada resultou em resultados negativos, mas sem consequências no Fair Play financeiro.
No entanto, o administrador ressaltou que, do ponto de vista económico-financeiro, o défice apresentado até junho de 2022 será compensado posteriormente pela receita proveniente da venda de Otávio e da participação na Liga dos Campeões: 'Significa isto que no final teremos compensado, seis meses depois, o que seis meses antes apresentámos como resultados negativos.'
Apesar disso, Fernando Gomes reconheceu que o FC Porto depende das mais-valias obtidas com a venda de jogadores para equilibrar as contas: 'O FC Porto só terá contas equilibradas com mais-valias da venda de passes de jogadores. Se não tiver mais-valias de passes de jogadores, esqueçam. Não há condições para equilibrar contas.'
O administrador revelou que o clube tem como objetivo fazer mais-valias entre 40 e 50 milhões de euros nesta época. No entanto, não descartou a possibilidade de vender jogadores em janeiro, caso surjam propostas vantajosas: 'O mercado funciona em janeiro e não nos esqueçamos que temos vários jogadores com cláusulas de rescisão que podem ser batidas pelos nossos concorrentes. Portanto, nunca podemos assegurar que não vendemos em janeiro.'