Otávio procura ajuda psicológica e abre caminho contra o estigma
A procura de apoio profissional para problemas de saúde mental ainda é vista com algum estigma em Portugal, mas o central do FC Porto, Otávio, deu um importante passo ao partilhar publicamente que recorreu a acompanhamento psicológico para lidar com uma fase difícil na sua carreira.
Atravessando um período com exibições menos conseguidas, acumulação de erros e perda de estatuto na equipa, Otávio chegou a duvidar das suas próprias capacidades, sentindo-se ansioso e inseguro. «Do profissional ao pessoal, um fósforo que incendeia com dúvidas, ânsia e inseguranças», como descreveu o autor da crónica.
Treinador ajuda a «desconstruir complexos»
A decisão de Otávio em procurar ajuda foi elogiada pelo treinador Vítor Bruno, que «desconstruiu uma série de complexos sem sentido» e deixou o jogador «mais tranquilo». De facto, os atletas de alta competição, muitas vezes pressionados a mostrar uma imagem de invulnerabilidade, têm dificuldade em admitir que precisam de apoio psicológico com medo de perderem o lugar na equipa. Mas, como refere o texto, «ninguém é uma máquina» e a procura de ajuda deve ser vista como um sinal de sanidade mental e o primeiro passo para a recuperação.
Exemplo de Otávio pode inspirar mudança de mentalidades
O autor da crónica salienta que a procura de ajuda profissional para problemas de saúde mental ainda é encarada com mais relutância nos países latinos, ao contrário do que acontece nos Estados Unidos, onde «quem não tem um psiquiatra não deve ser bom da cabeça». Neste sentido, o caso de Otávio pode ser um importante passo para normalizar esta realidade no mundo do futebol português.
Por outro lado, o texto destaca também o exemplo positivo de Nuno Espírito Santo, treinador do Nottingham Forest, que foi elogiado por um jovem inglês com Síndrome de Down. Joseph, juntamente com outros na mesma condição, entrevistou Nuno Espírito Santo e concluiu que ele é «um bom homem», deixando o treinador português visivelmente emocionado. Este episódio mostra que a empatia e o respeito pelas diferenças podem ser uma fonte de inspiração e de aprendizagem para todos.