Contas negativas pela terceira vez em cinco anos
O FC Porto apresentou esta quinta-feira as contas referentes à última temporada, com o clube a registar um resultado líquido negativo de 21,063 milhões de euros no exercício de 2023/24. Este é o terceiro exercício negativo nas últimas cinco épocas para os dragões.
O período em análise compreende os meses entre 1 de julho de 2023 e 30 de junho de 2024, sendo que a maior parte deste exercício ficou sob a responsabilidade da anterior administração liderada por Pinto da Costa, que se manteve no cargo até 27 de maio. A partir dessa data, a equipa de gestão de André Villas-Boas, vencedor das eleições realizadas em abril, passou a estar parcialmente envolvida na condução dos destinos do clube.
Ponto de viragem a 27 de maio
Este é o exercício compreendido entre 1 de julho de 2023 e 30 de junho deste ano, portanto o último da responsabilidade, na sua maioria, da anterior administração de Pinto da Costa e parcialmente já da equipa de gestão de André Villas-Boas, a partir de 28 de maio, pode ler-se no relatório.
Recorde-se que na época transata, 2022/23, o FC Porto já havia registado um prejuízo de 47,627 milhões de euros, depois de em 2020/21 (19,3 M€) e em 2021/22 (20,765 M€) terem divulgado contas positivas.
Resultados operacionais melhoraram
Analisando os principais indicadores financeiros, destaque para os Resultados Operacionais, que excluindo os resultados com passes de jogadores, foram negativos em 1,966 milhões de euros, verificando-se um ligeiro agravamento face ao exercício anterior, em que foram praticamente nulos. Tanto os proveitos como os custos operacionais, excluindo passes de jogadores, cresceram no período em análise.
Os Custos operacionais, excluindo custos com passes, aumentaram 10.419 M€, apesar da diminuição em 5.985 M€ dos custos com pessoal, pelo facto de o período homólogo ter incluído a atribuição de um prémio de acesso à UEFA Champions League 2022/2023, na qualidade de campeões nacionais. Este acréscimo deriva principalmente da contabilização da multa da UEFA, provisões e perdas por imparidade, refere o relatório.
Redução da dívida e melhor desempenho com passes
Por outro lado, os resultados relacionados com passes de jogadores atingiram os 9,2 milhões de euros, o que contrasta com os 24,148 milhões de euros negativos obtidos em 2022/2023. Os custos associados às Amortizações e perdas por imparidade com passes diminuíram 5.751 M€ e os resultados com cedência de passes de jogadores cresceram 27.597m€, tendo contribuído com 41.578 M€ para o resultado, pode ler-se.
Já os Resultados Operacionais foram positivos, em 7,234 milhões de euros, o que representa um acréscimo considerável relativamente aos alcançados em 2022/2023, que foram negativos em 24,187 milhões de euros.
Redução do passivo remunerado
Quanto à situação patrimonial, o capital próprio atinge, em 30 de junho de 2024, o valor de 113,761 milhões de euros negativos, o que compara com 175,980 milhões de euros negativos em 30 de junho de 2023. O Ativo, no montante de 407,113 milhões de euros, reflete um aumento global de 50,821 milhões de euros face a 30 de junho de 2023, principalmente devido ao incremento nos ativos fixos tangíveis, especialmente justificado pelo registo da reavaliação do Estádio do Dragão.
Já o Passivo, mesmo tendo em consideração o impacto da contabilização do imposto diferido referente à reavaliação do Estádio, diminuiu 11,397 milhões de euros no período em análise, passando de 532,272.066 euros para 520,874.616 euros. Verificou-se ainda uma diminuição do valor global dos empréstimos em 56,012 milhões de euros, o que representa, face a 30 de junho de 2023, uma redução de 18% do passivo remunerado do Grupo.
Bom desempenho comercial
Ainda de destacar o crescimento de 21% nas receitas de merchandising, que atingiram os 10,964 milhões de euros, bem como o aumento de 10% nas receitas de bilheteira, que englobam a comercialização dos Lugares Anuais e os bilhetes vendidos jogo a jogo. Apesar dos resultados desportivos menos conseguidos no campeonato nacional, os adeptos nunca abandonaram a equipa, tendo a receita dos bilhetes jogo a jogo aumentado face a 2022/2023. Nas competições europeias o crescimento foi ainda mais expressivo (+ 11 por cento), sendo que o jogo com o Arsenal para os oitavos de final da UEFA Champions League teve a maior receita de sempre até então verificada num montante de 1.481 M€, refere o documento.
