Sérgio Conceição: Nem sempre o meio-termo entre a excelência e o exagero

  1. Sérgio Conceição é um treinador reconhecido pelo seu caráter forte e paixão pelo futebol
  2. Sérgio Conceição oscila entre o ótimo e o péssimo, o comedimento e o exagero, a afabilidade e a agressividade
  3. Sérgio Conceição tomou publicamente partido do presidente cessante Pinto da Costa durante o processo eleitoral no FC Porto

Sérgio Conceição é um treinador reconhecido pelo seu caráter forte e paixão pelo futebol, mas que por vezes oscila entre o ótimo e o péssimo, o comedimento e o exagero, a afabilidade e a agressividade. Esta sua natureza tempestuosa tem sido uma constante na sua carreira, seja no FC Porto ou noutros clubes que possa vir a orientar no futuro.

Depois de sete anos no comando técnico do FC Porto, onde conquistou vários títulos e conseguiu potenciar os recursos que lhe foram disponibilizados, Sérgio Conceição está de saída do clube. A sua posição durante o processo eleitoral, onde tomou publicamente partido do presidente cessante Pinto da Costa, terá sido um fator determinante para a sua não continuidade.

Reações exacerbadas, sem meio-termo


O que está a acontecer agora com Vítor Bruno, seu adjunto, é visto como «mais do mesmo», uma «reação exacerbada» de Sérgio Conceição, «sem meio termo», como se fosse «pecado alguém sair-lhe da órbita». Esta atitude de não tolerar qualquer contestação ou saída da sua esfera de influência é apontada como uma das suas principais características.

Como afirma o articulista, «com Sérgio qualquer constipação é tratada como uma pneumonia, qualquer brisa se transforma, rapidamente, num furacão». Esta tendência para a dramatização e reações desproporcionadas é vista como um defeito ou um traço de personalidade do treinador, mas que acaba por influenciar a sua forma de estar e de gerir os processos no clube.

Histórico de sucesso dos adjuntos do FC Porto


Apesar destas idiossincrasias de Sérgio Conceição, a história recente do FC Porto mostra que os seus adjuntos têm tido um percurso de grande sucesso quando assumem o comando da equipa principal. Nomes como José Mourinho, Vítor Pereira e André Villas-Boas, que se sentaram na «cadeira de sonho», conseguiram conquistas impressionantes em apenas cinco épocas.

Neste contexto, a possível promoção de Vítor Bruno, braço direito de Sérgio Conceição durante anos, «não parece, de todo, despropositado», especialmente num ano de 2024/25 em que o FC Porto terá de «apagar fogos em várias frentes».

Novos tempos no FC Porto


Após a «vitória esmagadora de Villas-Boas» nas recentes eleições do FC Porto, que «não deixou dúvidas quanto ao rumo que os portistas querem ver ser dado ao seu clube», a nova gestão terá de navegar com cautela nestes primeiros tempos, «tirando um curso de minas e armadilhas para sair destes primeiros tempos sem danos de maior».

Neste contexto de mudança, a saída de Sérgio Conceição, mesmo que com alguma «crispação», parece inevitável, uma vez que o treinador não aparenta estar «interessado a trabalhar com outro que não fosse o presidente cessante, que lhe renovou, até, o contrato a escassos dias do ato eleitoral». Portanto, «surpresa na saída de Sérgio Conceição do FC Porto? Zero.»