Há precisamente 20 anos, a 26 de maio de 2004, o FC Porto conquistava a sua segunda prova europeia consecutiva, agora ao mais alto nível: a Liga dos Campeões. Após a vitória na Taça UEFA no ano anterior, os dragões de José Mourinho atingiram um feito histórico, ao baterem de forma clara o Mónaco por 3-0 na final disputada em Gelsenkirchen, na Alemanha.
Foi uma vitória improvável num futebol que, apesar de já moderno, ainda era diferente do atual. O FC Porto, ainda com a conquista da Taça UEFA bem fresca na memória, logrou o que parecia impossível naquele contexto, erguendo o troféu da principal competição europeia de clubes.
O caminho até à final
No caminho até à final, o FC Porto cruzou-se com adversários de peso, como o Real Madrid, na fase de grupos, e o Manchester United, nos oitavos de final. Segundo José Mourinho, o treinador que liderou a equipa à conquista, «foi um percurso histórico que, ainda que a futurologia não nos permita dizer irrepetível, continua por igualar».
Para além do Real Madrid, o Partizan, o Marselha, o Lyon e o Deportivo da Corunha também caíram perante a equipa azul e branca no caminho até à final.
A final em Gelsenkirchen
Na final disputada em Gelsenkirchen, os dragões não deixaram margem para dúvidas e vergaram o Mónaco a uma derrota clara por 3-0. Os golos foram marcados por Carlos Alberto, Deco e Alenichev.
Segundo Jorge Costa, capitão da equipa, «não foi uma vitória inédita, mas praticamente». Na época 1986/87, o FC Porto já havia conquistado a Taça dos Clubes Campeões Europeus ao vencer o Bayern de Munique. No entanto, com o novo formato em vigor e um caminho teoricamente mais complicado para os emblemas externos às cinco ligas de elite, «o sabor da façanha portista foi especial».
Um feito inédito
Nas épocas que antecederam o ano dourado do FC Porto, só o Ajax foi exceção à regra de domínio dos clubes das grandes ligas, pelo que a campanha azul e branca foi vista como um «milagre». No entanto, como refere José Mourinho, «classificá-la assim seria, no entanto, redutor».
Prova disso é que, na final, dois dos três golos foram marcados por «atores secundários», no caso Carlos Alberto e Alenichev, que, juntamente com o «Mágico» Deco, carimbaram a glória, «vulgarizando um Mónaco que havia deixado pelo caminho colossos como Real Madrid e Chelsea».