O negócio realizado com a empresa Ithaka, há 25 anos, para os direitos comerciais do Estádio do Dragão, tem gerado controvérsia e incerteza. Pereira da Costa, Chief Financial Officer do FC Porto, expressou preocupações sobre o timing e a transparência do contrato. Em entrevista à A BOLA, Pereira da Costa questionou a decisão de celebrar o contrato nove dias antes das eleições, levantando dúvidas sobre a possibilidade de rescisão do acordo. Ele destacou que rescindir o contrato acarreta custos significativos e que a informação disponível é limitada, tornando difícil uma avaliação precisa.
Pereira da Costa também abordou a falta de detalhes sobre as receitas incluídas no acordo com a Ithaka, levantando questões sobre a viabilidade financeira a longo prazo. Ele mencionou que, de acordo com informações da Lista A, a sociedade formada com a Ithaka poderia ser altamente lucrativa para o FC Porto, com projeções de crescimento das receitas. No entanto, Pereira da Costa expressou preocupação com a avaliação dos direitos comerciais do clube, sugerindo que o negócio poderia subvalorizar esses ativos.
Além disso, a não qualificação do FC Porto para a Liga dos Campeões foi discutida como um desafio financeiro. Pereira da Costa estimou que a ausência da Champions poderia resultar em uma perda de cerca de 40 milhões de euros, mas mencionou a possibilidade de compensação através dos 50 milhões provenientes do Mundial de Clubes. Ele ressaltou a importância de gerir o fluxo de caixa do clube diante dessas mudanças nas receitas.
Em relação à situação financeira do FC Porto, Pereira da Costa alertou para a gravidade da situação, descrevendo-a como «limite». Ele enfatizou a necessidade de uma gestão rigorosa e disciplinada para evitar um possível colapso financeiro. Pereira da Costa destacou a importância de renegociar a dívida do clube com taxas de juro mais favoráveis e buscar soluções para melhorar os resultados operacionais.
Sobre a renegociação da dívida, Pereira da Costa mencionou que o clube iniciou contatos com bancos internacionais para estruturar financiamentos mais vantajosos. Ele citou exemplos de operações bem-sucedidas com outros clubes, destacando a importância de encontrar as melhores soluções para o FC Porto.
Em relação às críticas recebidas de Pinto da Costa, Pereira da Costa lamentou a abordagem baseada em mentiras e ataques pessoais, refutando as alegações sobre seu passado na Olivedesportos e na NOS. Ele reiterou seu compromisso com o projeto de resgate financeiro do FC Porto, destacando a importância de uma abordagem transparente e focada no futuro do clube.
A nomeação de Pereira da Costa como Chief Financial Officer do FC Porto representa um novo capítulo na gestão financeira do clube, com desafios e oportunidades a serem enfrentados no caminho para a estabilidade e sustentabilidade financeira.