O atual presidente do FC Porto, Pinto da Costa, fez duras acusações contra Fernando Freire de Sousa, candidato ao Conselho Superior da Lista B, durante um evento de campanha. Pinto da Costa afirmou que Freire de Sousa fez parte da Comissão de Vencimentos que determinou os salários da atual administração da SAD, um assunto que tem sido alvo de críticas por parte de André Villas-Boas.
«A SAD do FC Porto tem uma Comissão de Vencimentos que não é escolhida por nós e muito menos por mim. Essa comissão estabelece - não pergunta como é ou deve ser -, bem ou mal, estabelece. Foi muito criticado o facto de ter havido prémios para administração. Hoje já vi que o outro candidato dizer que quando houver lucros dos resultados desportivos, pode haver. Foi o facto de o último prémio que administração recebeu foi o de campeões nacionais, tivemos lucro de 20 milhões de euros. Mas nós não queremos. Já disse. Todos os que me acompanham, vão abdicar de qualquer prémio», afirmou Pinto da Costa, destacando a postura da atual administração em relação aos prémios.
Pinto da Costa também lembrou o papel de Fernando Freire de Sousa no processo: «Agora, o curioso é que o cabeça de lista ao Conselho Superior do meu adversário era membro da comissão executiva da comissão de vencimentos, que estabeleceu vencimentos da administração. Era um de três, não era um de 20. Sempre assinou e esteve de acordo. Agora vem defender que isso não pode ser», registou o presidente do FC Porto.
Críticas na Campanha Eleitoral
Esta acusação de Pinto da Costa surge num contexto de campanha eleitoral no FC Porto, com as eleições marcadas para 27 de abril. As tensões e confrontos entre os diferentes candidatos têm sido evidentes, com questões como a transparência nas decisões financeiras da SAD a serem levantadas.
Construção da Academia em Destaque
Além disso, Pinto da Costa também abordou a aquisição dos terrenos na Maia para a construção da Academia do FC Porto, um dos temas centrais da sua campanha. O presidente do clube afirmou: «Felizmente, como sempre, cumpri as minhas promessas e hoje, como vos disse, é irreversível! Os terrenos são nossos», referindo-se à concretização do negócio. Pinto da Costa criticou as críticas provenientes da oposição de Villas-Boas, destacando a importância da união e da confiança para alcançar os objetivos do clube.
Importância da Academia para o Futuro
Em relação à construção da Academia, Pinto da Costa enfatizou a importância do projeto para o futuro do FC Porto: «A nossa academia vai ter 23 hectares, 14 eram da Câmara Municipal e 9 eram de um particular. Antes de negociarmos com a Câmara, tivemos de negociar com o proprietário dos 9, pois com 14 não dava para os que queríamos. Quando estávamos quase a chegar a acordo, e o senhor teve máxima lisura e compreensão, ele ficou um bocado preocupado quando viu que havia um candidato que dizia que seria um Vale e Azevedo de azul e branco. Eu também ficaria preocupado. Fizemos-lhe ver que o que estávamos a fazer não era para nós, era do máximo interesse do FC Porto, por valor que nos responsabilizávamos a pagar, então fizemos o contrato promessa de compra e venda. Também só compraríamos se ganhássemos a adjudicação da parte da Câmara. Por isso, é que isto atrasou, mas felizmente hoje, volto a dizer, definitivamente, está tudo, tudo certo. O FC Porto vai poder arrancar ainda esta ou no princípio da próxima semana com os trabalhos. Já lá andam a limpar o terreno. Estamos autorizados a iniciar os trabalhos. A academia não é para mim, não é para nós, é para o futuro dos jovens que hão de ser os nossos craques no FC Porto».
Postura Crítica em Relação à Oposição
Por fim, Pinto da Costa também abordou a candidatura de André Villas-Boas, criticando a postura do candidato e apontando para possíveis intenções de vender uma parte do FC Porto. O presidente dos dragões afirmou: «Quando percebi as intenções e pus os olhos noutros e percebi que haveria um plano para vender uma parte do FC Porto, eu disse à minha família: ‘Não posso trair os meus ideais e deixar que isso aconteça. Se os sócios quiserem que isto aconteça, a responsabilidade não é minha. Mas eu vou-me candidatar em defesa dos princípios que sempre defendi'», demonstrando a sua determinação em proteger os interesses do clube.
Estes eventos e declarações refletem a intensidade e a complexidade da campanha eleitoral no FC Porto, com os candidatos a apresentarem visões e propostas distintas para o futuro do clube. A transparência financeira, a construção da Academia e a defesa dos valores históricos do FC Porto são temas centrais que têm dominado o debate entre os diferentes protagonistas.