O candidato à presidência do FC Porto, José Pereira da Costa, juntamente com o antigo treinador dos dragões, André Villas-Boas, apresentaram os seus planos para uma reforma financeira profunda no clube. Durante uma sessão de esclarecimento, Villas-Boas destacou a importância de reformatar a política desportiva do clube, enfatizando a necessidade de um planeamento mais rigoroso no scouting e na formação. Ele afirmou: «O FC Porto acumulou 250 milhões ao passivo em 12 anos; daí eu dizer que são precisos 12 anos para reformatar o FC Porto em termos financeiros.» O candidato também mencionou que a venda de ativos da formação seria crucial para garantir a sustentabilidade a longo prazo do clube.
Reforma Financeira e críticas
Villas-Boas respondeu a acusações feitas por Pinto da Costa, atual presidente do clube, sobre a composição da sua lista. Ele afirmou: «É difícil responder sem prevaricar com o presidente. É demasiado fácil desmenti-lo. Torna-se incómodo chegar a este ponto. Tento marcar a minha candidatura pela positiva... Mas posso recordar que pessoas do seu entorno estiveram envolvidas em comissões no negócio Altice pelos direitos televisivos, pessoas ligadas à sua lista estão vinculadas ao negócio da futura venda de direitos. Além disso, o FC Porto tornou-se entreposto de agentes com ligações privilegiadas no seio do clube.» Villas-Boas recusou entrar numa «guerra suja» e enfatizou a importância de preservar o clube.
Redução de Custos e Novos Projetos
José Pereira da Costa, administrador financeiro da candidatura de Villas-Boas, revelou planos concretos para reduzir os custos da SAD. Ele afirmou: «Queremos cortar cerca de 1 milhão de euros na remuneração fixa da SAD», destacando a necessidade de uma redução significativa nos custos do Conselho de Administração. Pereira da Costa também criticou a recente reavaliação do Estádio do Dragão, considerando-a uma «cosmética contabilística» que não terá impacto real na situação financeira do clube.
Desafios Futuros e Estratégias
Villas-Boas anunciou planos para a construção de um novo centro de treinos no Olival, em Vila Nova de Gaia. Ele afirmou: «A Academia da Maia não passa de uma utopia e de um corrilho de mentiras», defendendo a viabilidade e eficiência do novo projeto. O candidato detalhou que o novo centro de treinos incluirá cinco campos de futebol, um hotel de estágios, um pavilhão para as modalidades e uma bancada de apoio para jogos das equipas B e de juniores. José Pedro Pereira da Costa abordou a questão das receitas da UEFA e a possível ausência da Liga dos Campeões, destacando a necessidade de recorrer a financiamento e de vender ativos bem valorizados para enfrentar possíveis dificuldades financeiras. Em relação ao refinanciamento anunciado por outra candidatura, Pereira da Costa levantou questões sobre a coincidência do valor proposto e possíveis ligações a fundos relacionados com entidades desportivas. Ele afirmou: «Uma das prioridades será procurar financiamento. Sabemos que existe esse apetite e é esse o caminho que vamos trilhar. Relativamente aos 250 milhões de euros da outra candidatura, o que posso referir é que parece que existe alguma coincidência em termos de valor com um fundo que está em fase de subscrição relacionado com a Quadrantis. Um fundo de 300 M€ que se destina exatamente a financiar, parece-nos, entidades desportivas com contrapartes que são as contrapartes típicas de uma SAD. Operadores de telecomunicações, entidades ligadas ao setor food&beverage, inclusivamente fundo soberano saudita, muito ativo na transação de passes de jogadores. Não sabemos o que está por detrás destas propostas.»
