Gonçalo Cerejeira Namora, o advogado de Fernando Madureira, Sandra Madureira e Fernando Saúl, que foram detidos na manhã desta quarta-feira no âmbito da Operação Pretoriano, expressou as suas críticas sobre as alegações do Ministério Público. Em entrevista à Rádio Observador, o advogado argumentou que o timing das detenções é calculado e faz parte de uma agenda para prejudicar tanto uma instituição como uma pessoa em concreto.
Cerejeira Namora afirmou: 'O timing também não é de somenos e ninguém pode acreditar que isto é involuntário. O timing é calculado, calculista e persecutório. Obviamente faz parte de uma agenda para prejudicar uma instituição e uma pessoa em concreto. Não tenhamos panos quentes. Não se iluda quem pensa que com isto se quer justiça'.'
Quando questionado se as acusações podiam levar a uma acusação de terrorismo, semelhante ao caso de Alcochete, o advogado respondeu: 'Não, e não podemos ignorar algumas coisas'.
Além disso, Cerejeira Namora criticou as acusações do Ministério Público, chamando-as de 'uma autêntica cabala sustentada numa fábula cinematográfica'. Ele salientou que os factos já foram investigados pelo Conselho de Disciplina de um clube, que decidiu suspender alguns sócios envolvidos nos acontecimentos da Assembleia Geral, e que não há justificação para as detenções ou privação de liberdade.
O advogado também sugeriu que o objetivo por trás das detenções é atingir Pinto da Costa, presidente do clube: 'A conclusão não foi minha, mas rapidamente chegaram lá. O que digo é que não há factos que justifiquem detenções. Querem montar um circo com um objetivo e quem levou com as consequências gravosas deste circo foram estes 12 arguidos, que estão privados de liberdade'.
Cerejeira Namora também questionou a atuação da PSP, alegando que não há motivo para uma operação desta envergadura e que os arguidos poderiam ter sido interrogados e constituídos arguidos de forma mais pacífica.
Em relação aos acontecimentos que ocorreram na Assembleia Geral do FC Porto, o advogado admitiu que foram lamentáveis e inaceitáveis, mas afirmou que foram analisados pelo Conselho de Disciplina do clube. Ele argumentou que se a PSP sentiu necessidade de investigar, estava no seu direito, mas acredita que não há justificação para as ações policiais tomadas.
O advogado concluiu a sua entrevista afirmando: 'Não há motivo para arrombamento de portas, violência policial e detenção e algemarem filhos de toda a gente, para destruírem propriedade privada destas pessoas quando não havia nada para o sustentar.'