O programa «Juízo Final», da SportTV+, analisou recentemente alguns lances controversos envolvendo a utilização do VAR (Video Assistant Referee) no campeonato português. As decisões dos árbitros em campo, mesmo após a intervenção do VAR, geraram discordância e debate sobre a aplicação desta tecnologia.
Estes episódios reacendem o debate sobre a eficácia do VAR e a necessidade de aprimorar a sua aplicação, de modo a reduzir a subjetividade das decisões e promover uma maior consistência e transparência no processo arbitral do futebol português.
Farense-Sporting: Penálti Mantido Apesar de Discordância do VAR
No jogo entre Farense e Sporting, aos 37 minutos, o árbitro Tiago Martins assinalou grande penalidade a favor dos leões, por alegada mão na bola de Lucas Áfrico dentro da área dos algarvios. No entanto, o VAR, Fábio Veríssimo, discordou da decisão.
Nas conversas entre os dois, divulgadas no programa, Veríssimo recomendou a Tiago Martins que fosse rever as imagens, pois «o jogador [Lucas Áfrico] tem o braço numa posição natural e há um desvio no atacante, imediatamente antes». Após analisar as imagens, Veríssimo afirmou: «Bate na coxa [de Pedro Gonçalves] e desvia para o cotovelo [de Lucas Áfrico].» Porém, Tiago Martins manteve a sua decisão, argumentando: «Para mim o braço está muito aberto». João Ferreira, vice-presidente do Conselho de Arbitragem, analisou o lance e discordou da decisão final: «Se olharmos para o lance, nós não gostaríamos que este penálti fosse assinalado. O defesa está parado, a evitar que o atacante se vire, ele não faz nenhum gesto... A bola sofre um desvio de trajetória em cima do defesa e esta acaba por bater no braço. Na prática, diria que este lance não tem nada de penálti.»
Moreirense-Benfica: Golo Anulado por Falta Leve
Já no jogo entre Moreirense e Benfica, aos 45+1 minutos da primeira parte, Gabrielzinho marcou para a equipa da casa, mas o golo foi anulado após intervenção do VAR, Vasco Santos.
Nas conversas entre o árbitro André Narciso e o VAR, Vasco Santos pediu que Narciso fosse rever as imagens, pois havia uma falta na fase de ataque da jogada que originou o golo. Após analisar as imagens, Narciso constatou que «Ele pisa-o [pisa Leandro Barreiro] e tira-o da jogada». No entanto, João Ferreira considerou que «Este lance tem um pisão, mas um pisão sem gravidade, sem perigo... mas que é falta. É falta, tira o jogador do Benfica da jogada e aquele jogador, com aquela infração, tira a bola e constrói a jogada do golo. O VAR detetou a infração, mostrou o facto e não restou outra opção que não fosse anular o golo.»
A Subjetividade das Decisões do VAR
Estes casos evidenciam a complexidade na interpretação de lances envolvendo o VAR e a dificuldade em alcançar consenso entre árbitros e especialistas. Apesar da tecnologia, as decisões finais continuam a gerar controvérsia e debate, revelando a subjetividade inerente à aplicação das regras do jogo.
«Mostra a certeza dos videoárbitros, e aqui o Fábio Veríssimo estava convicto. A prova é: a bola bateu no braço? Bateu. O braço estava junto ao corpo? Não. Entramos aqui naquilo que é a amplitude de diferença de opinião e neste caso o Tiago manteve a sua decisão, gostávamos que fosse outra, em campo principalmente», explicou João Ferreira sobre o lance do Farense-Sporting.
A Necessidade de Aprimorar a Aplicação do VAR
Estes episódios reacendem o debate sobre a eficácia do VAR e a necessidade de aprimorar a sua aplicação, de modo a reduzir a subjetividade das decisões e promover uma maior consistência e transparência no processo arbitral do futebol português.
«Estes casos evidenciam a complexidade na interpretação de lances envolvendo o VAR e a dificuldade em alcançar consenso entre árbitros e especialistas. Apesar da tecnologia, as decisões finais continuam a gerar controvérsia e debate, revelando a subjetividade inerente à aplicação das regras do jogo.»