No futebol, o adágio popular de que a necessidade aguça o engenho parece ter sido seguido à risca pelo Estrela da Amadora, que perante as limitações na composição da sua defesa para a deslocação a Arouca, deu mais uma resposta afirmativa.
Num reduto complicado e determinado em pontuar, o Estrela conquistou um ponto que pode revelar-se decisivo para as contas finais da luta pela manutenção na Liga.
Improviso com regras
Sem poder contar com o trio que se vinha impondo como primeira escolha nas últimas semanas - Diogo Fonseca sofreu uma fratura na tíbia e no perónio e parará por tempo indeterminado, Miguel Lopes viu-se afetado por uma inflamação no tendão de Aquiles e Kialonda Gaspar cumpria um jogo de castigo por ter atingido uma série de amarelos - Sérgio Vieira foi novamente obrigado a improvisar, mas com regras, recorrendo a uma opção de confiança.
A adaptação de Hevertton Santos
A cultura tática de Hevertton Santos já merecera elogios por parte do seu treinador e este voltou a prová-lo ao ser novamente chamado a jogar como central (é lateral direito de raiz) e, tal como havia acontecido há algumas semanas, a cumprir com distinção, de forma a que, quem assistiu ao desafio, não se tenha lembrado de que o luso-brasileiro se tratou de uma opção de recurso.
Ante o Arouca, Hevertton repetiu os sinais deixados na primeira vez que atuou de forma improvisada como central pelo lado direito, frente ao Farense: nas duas partidas, os tricolores não sofreram golos e alcançaram importantes igualdades fora de portas que contribuíram para a situação favorável que atualmente ostentam pela luta pela manutenção.
A concorrência no eixo da defesa
Ao que tudo indica, Mansur continuará a ser a escolha para o lugar de central pela esquerda, assim como Gaspar, já sem qualquer constrangimento disciplinar, terá regresso imediato ao onze. Sobra um lugar ainda por entregar, sendo que Miguel Lopes ainda recupera da limitação física que o afastou do último encontro e estará em dúvida e Pedro Mendes, que alinhou como titular no último desafio, está longe de ter o seu lugar seguro.
Hevertton Santos parece partir em igualdade de circunstâncias com o companheiro de setor e em posição dianteira relativamente às restantes opções para o eixo, casos de Lucão, que não saiu do banco de suplentes, e Johnstone Omurwa, que foi sendo ultrapassado pela concorrência e há mais de três meses não é convocado.
A luta pela ala direita
Nanu, Hevertton Santos e Jean Felipe discutem o lugar na ala direita dos tricolores; o guineense Nanu tem levado a melhor, mas os restantes concorrentes também mostram credenciais.